Câmara de Curitiba celebra os 200 anos da Imigração Alemã no Brasil
(CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA)
No dia 19 de junho a Câmara Municipal de Curitiba promoveu uma sessão solene para celebrar o bicentenário da imigração alemã no Brasil, em especial no estado do Paraná e e em Curitiba. A iniciativa do evento foi do vereador Rodrigo Braga Reis (PL), que presidiu a solenidade.
Além de Reis, compuseram a mesa: Andreas F. H. Hoffrichter, cônsul honorário alemão em Curitiba; Douglas Moeller Diener, representando a Comissão Nacional do Bicentenário da Imigração Alemã no Brasil; Fernando Cesar de Oliveira, superintendente do Hospital Erasto Gaertner; e Julieta Reis, ex-vereadora. A sessão teve a participação musical do Coral Harmonia.
Vetores para o desenvolvimento de Curitiba
O vereador Rodrigo Reis declarou ser uma honra promover este evento em celebração aos 200 anos da Imigração Alemã no Sul do Brasil, e em particular, na cidade de Curitiba. “Trata-se de uma comunidade expressiva, formada por famílias que aqui estão representando seus antepassados que vieram para o Brasil. Uma comunidade que conta com industriais, comerciantes e profissionais liberais que, apesar das dificuldades enfrentadas após a chegada ao Brasil, conseguiu se estabelecer como um dos principais vetores de desenvolvimento da capital paranaense”, disse o vereador.
Reis lembrou que o ano de 2024 está sendo marcado pela realização de diversas celebrações alusivas ao bicentenário da imigração alemã. “Governos de Estado, prefeituras, clubes e associações preparam atividades para lembrar dos antepassados germânicos que cruzaram o oceano Atlântico buscando novos horizontes”, afirmou. O parlamentar lembrou que tudo teve início em1824, quando o Brasil dava seus primeiros passos após a independência de Portugal. Para ele, a chegada dos alemães proporcionou forte impulso para a economia local.
“O estabelecimento dos alemães em Curitiba começou no ano de 1833 e, desde então, eles continuam contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento da capital paranaense em todos os aspectos, sejam eles de ordem econômica, sociais, religiosa ou cultural”, disse Rodrigo Reis. No seu entendimento, uma cidade que foi eleita a mais inteligente do mundo, como o foi o caso de Curitiba recentemente, deve valorizar seus antepassados.
Tradições preservadas com clubes e associações
De acordo com o cônsul alemão em Curitiba, Andreas F. H. Hoffrichter, os primeiros imigrantes alemães chegaram ao Brasil em 1824 e se instalaram na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, com incentivo do imperador Dom Pedro I. “A Revolução Industrial na Alemanha provocou um êxodo rural que tornou inviável a manutenção de pequenas propriedades rurais, bem como de pequenas tecelagens domésticas. Procurando novas alternativas de subsistência, muitos alemães se instalaram no Brasil em busca de terras extensas e férteis e de oportunidade de renda para suas famílias”, disse. Outra motivação citada por Hoffrichter foi o fato de que a vinda para o Brasil seria uma forma de evitar, por motivos religiosos, o ingresso no exército alemão.
De acordo com Hoffrichter, em 1829 os alemães se instalaram em Rio Negro, no Paraná, e se espalharam pelo estado, ocupando inicialmente as regiões leste e sul e, a partir da década de 1950 do século XX, as regiões oeste e norte. “Eles se organizaram para ter uma vida cultural e cívica semelhante a que tinham na Alemanha, criando associações de música e dança, bem como as associações desportivas, tão difundidas no sul do Brasil”.
Entre tais associações, Hoffrichter mencionou o Teuto Brasilianischer Turn Verein zu Curityba, fundado em 1890 e posteriormente rebatizado como Clube Duque de Caxias. Antes dele, houve o surgimento do Verein Deutscher Saengerbunde, em 1869, que também teve sua denominação alterada por Clube Concórdia. Outra atividade cultural citada por ele foram as Oktoberfests.
Em relação à economia, Hoffrichtter disse que empresas alemãs no Paraná, associadas à Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, fomentam o mercado, promovendo intercâmbios de investimento e negócios. De acordo com ele, a Câmara de Comércio tem hoje 180 associados. “O Paraná exportou para a Alemanha, em 2022, U$560 milhões, e importou algo em torno de U$960 milhões”. O cônsul-honorário agradeceu ao vereador Rodrigo Reis e finalizou dizendo também ser um imigrante que veio da Alemanha há 60 anos e que se apaixonou pelo Paraná e por Curitiba.
Em 1833, o primeiro imigrante alemão registrado em Curitiba
Douglas Moeller Diener, representando a Comissão Nacional do Bicentenário da Imigração Alemã no Brasil, falou de forma sintética sobre a história da Alemanha e sobre a presença alemã no Brasil. De acordo com ele, a palavra Alemanha deriva do francês “Allemagne” (terra dos alamanos), em referência ao povo germânico que ocupava a região fronteiriça entre os dois países. Douglas mencionou que, durante o Império Romano, a região era ocupada por diversas tribos que, com o passar dos séculos, formaram estados, que se unificaram em um processo que se desenvolveu entre os anos de 1815 e 1871.
“A vinda de imigrantes para o Brasil se deu em razão das transformações sociopolíticas e econômicas, que eram constantes por causa das guerras, e também pelas condições favoráveis oferecidas pelo governo brasileiro”. O primeiro imigrante alemão registrado em Curitiba foi Miguel Müller, em 1833 e, a partir de 1867, foram estabelecidos 35 núcleos coloniais. Do total de 9,5 mil pessoas que viviam em Curitiba no ano de 1872, 1,5 mil eram imigrantes, em sua maioria alemães.
Homenageados
Alanderson Essenfelder, da Pianos Essenfelder
Andrea Tajes Lindner, do Centro de Idiomas e Educação Infantil Vogelnest Ltda
Andreas F. H. Hoffrichter, Cônsul Honorário da República Federal da Alemanha
Augusto Frederico Michells Ribeiro, da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Paraná
Carlos Hauer Amazonas de Almeida, da Família Hauer
Cesar Hauer Doetzer, da Família Doetzer
Corinna Beatriz Voswinckel Pedroso, da Servopa S/A Comércio e Indústria
Denise Hartmann Hübner, do Coral Harmonia
Douglas Moeller Diener, membro da organização do Bicentenário da Imigração Alemã
Eduardo Fronza, presidente do Grupo Folclórico Germânico Alte Heimat
Eduardo Henrique Engelhardt, da Padaria América
Erica Zeilinger, da Erika Biscoitos e Confeitaria Alemã
Fernando César de Oliveira, da Liga Paranaense de Combate ao Câncer
Graciela Alvarez Sielaff, da Deutsche Schule Curitiba
Gustavo André Ferreira da Silva, do Grupo Folclórico Germânico Original Einigkeit Tanzgruppe
Harri Pankratz, do Supermercado Jacomar
Ingrid Fröba, organização
Jacson Homero Eberhardt, da Comunidade do Redentor
Jorge Tonatto, do Bar do Alemão
Nádia Maria dos Passos, presidente do Clube Duque de Caxias
Orlando Maciel Strobel, da Família Strobel
Osmar Ratzke, do Hospital Heidelberg
Paulo Airton Leindrof Bartz, da Bartz & Cia Ltda
Rodrigo Brunatto Taruhn, do Cantinho do Eisbein Restaurante
Roger Wolf Pedroso, da Servopa S/A Comércio e Indústria
Romeu Rössler Telma, do Amig
Sergio Bruno Bonatto Hatschbach, da Família Hatschbach
Selma Maria Fuhrmann Dembiski, da D’fuhrmann Chocolates
Silvia Fraguas, da Sociedade Thalia
Welington Hartmann, da Família Hartmann