Casarão histórico, Armazém Macedo é reconstruído em Antonina
(PREFEITURA DE CURITIBA)
O prefeito Rafael Greca recebeu em seu gabinete a visita do prefeito de Antonina, cidade do Litoral paranaense, José Paulo Vieira Azim. Ele veio entregar o convite para a inauguração da obra de restauração do Armazém Macedo, que acontece no dia 18 de março. O bisavô de Greca, José Ribeiro de Macedo, foi o responsável pela construção do armazém.
O casarão, que estava em ruínas, foi restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A Prefeitura de Antonina cedeu ao Sesc PR o uso real do espaço pelo prazo de 20 anos, sendo renovável pelo mesmo período.
“É com muita honra e alegria que recebo este convite. Meu bisavô, José Ribeiro de Macedo, o Comendador Macedo, foi o responsável pela construção deste armazém que agora está todo revitalizado e que se torna mais uma atração turística de nosso Estado”, afirmou Greca.
O prefeito, autor do livro Curitiba, Luz dos Pinhais, conta que seu bisavô era um abolicionista e apoiado por um grupo de maçons, entre eles Ildefonso Pereira Correia (Barão do Serro Azul), Petit Carneiro, Emiliano Pernetta e Ermelino de Leão. O grupo financiava o resgate de escravos, atividade transgressora na época e, a partir do Armazém Macedo, os enviava para outros países.
“Na época estes bem-feitores sequestravam os negros em risco. Colocavam-nos dentro de barricas de erva-mate, despachando-os em segredo dentro dos navios, a partir do Armazém do Comendador Macedo, em Antonina, para Montevidéu e Buenos Aires. Lá, outros abolicionistas maçons os recebiam, dando-lhes dinheiro para começar vida nova”, concluiu o Prefeito Greca.
O Comendador Macedo foi agraciado, em 1874, com a Comenda da Imperial Ordem da Rosa, por decreto da Princesa Isabel.
Histórico
Localizado no centro histórico de Antonina (PR), tombado em 2012 pelo Iphan, o Armazém Macedo traz 300 anos de um raro exemplar de arquitetura industrial de meados do século 19, representando a fase áurea da industrialização e da atividade portuária no Estado.
O casarão à beira mar era dividido em duas partes, uma destinada ao depósito de erva-mate, a principal atividade econômica do século 19 na Província Del Guairá, atual norte do Paraná, e a outra destinada à habitação da família Macedo. A área onde se encontravam as ervas possuía um piso em arcos com meio metro de altura, evitando que as ervas entrassem em contato com o solo molhado pela maré.