Cerimônia solene comemora conclusão da base da primeira fragata da Marinha em construção em Itajaí
(PREFEITURA DE ITAJAÍ)
Mais um importante passo para a indústria naval itajaiense foi dado no dia 24 de março. A Marinha do Brasil realizou a cerimônia de batimento de quilha de uma das Fragatas da Classe Tamandaré que está sendo construída em Itajaí, em estaleiro no bairro Murta. O evento é uma tradição naval e marca a conclusão da base da embarcação e o início de sua construção propriamente.
O batimento ocorre quando a quilha, a “espinha dorsal” da embarcação, é concluída, possibilitando a estruturação das demais partes. Porém, a evolução da engenharia e os modernos processos de produção adotados no Programa Fragatas Classe Tamandaré permitem que os navios sejam edificados em blocos. Por isso, no caso da Fragata Tamandaré, o batimento de quilha foi caracterizado pelo posicionamento de um importante bloco estrutural.
O módulo foi posicionado exatamente onde a fragata será construída. Ele pesa aproximadamente 52 toneladas e corresponde a uma das praças de máquinas do navio, onde serão instalados dois motores, engrenagem redutora e diversos equipamentos auxiliares.
“Um dia histórico com o batimento de quilha da primeira fragata da Marinha que está sendo construída aqui. Orgulhosamente a nossa cidade foi escolhida para ser a sede dessa construção para a Marinha do Brasil. Essas fragatas irão trazer maior poder naval ao país e irão contribuir de forma decisiva para cuidar da nossa soberania, além de ser um empreendimento que gera muitos empregos e desenvolvimento para Itajaí”, destaca o prefeito Volnei Morastoni.
A cerimônia ocorreu nas instalações da empresa thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul e contou com a presença de autoridades, incluindo o comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen. O estaleiro de Itajaí fornecerá quatro fragatas de última geração, que reúnem o que há de mais avançado em tecnologia naval, inovação e capacidade robusta de combate.
A construção em blocos confere inúmeras vantagens. Com ela, é possível instalar acessórios e fundações de forma antecipada, além de facilitar a colocação de equipamentos a bordo e possibilitar trabalhos em diversos estágios de maneira segregada em cada unidade. O processo também aumenta a segurança dos colaboradores, por manter espaços abertos por mais tempo durante a construção.
A tecnologia envolvida na construção das fragatas está presente desde a fase inicial. O estaleiro implementou uma metodologia para projetos de engenharia batizada de “Paperless”, que consiste em eliminar o uso de desenhos em papel na linha de produção. Todos os arquivos são digitais, garantindo a confidencialidade exigida em um projeto militar e a sustentabilidade.
“Essa primeira embarcação vai ser entregue em dezembro de 2025 e as outras três sucessivamente em 2026, 2027 e 2028. Dessa maneira, Itajaí se consolida no mercado da construção naval. Passando por todas as etapas: desde a carpintaria naval, até a construção de barcos de pesca, embarcações de lazer, plataformas offshore e agora construção naval militar de alta tecnologia”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico de Itajaí, Thiago Morastoni.
Próximas etapas
O programa de construção da fragata já atingiu 34% de sua totalidade. Para as próximas etapas está prevista a edificação do bloco que forma a outra praça de máquinas, com o posicionamento dos equipamentos e motores no local. Na sequência, os blocos edificados completarão as estruturas centrais do navio.
Das mais de 50 unidades estruturais que compõem a sequência construtiva da primeira Fragata Classe Tamandaré, cerca de um quarto está em processo de montagem estrutural na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, e outras já estão cortadas e conformadas, com painéis e submontagens finalizadas.
Conduzido desde 2017 pela Marinha do Brasil, executado pela Águas Azuis e gerenciado pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), o Programa Fragatas Classe Tamandaré é o mais moderno e inovador projeto naval desenvolvido no país. Os investimentos para a construção dos quatro navios de guerra de alta complexidade tecnológica giram em torno de R$ 9 bilhões.