Cresce a preocupação das empresas com Saúde e Segurança do Trabalho
Para o Porto de Navegantes, qualidade de vida dos profissionais é percebida como estratégia para o desenvolvimento sustentável do negócio
Uma pesquisa realizada pelo Serviço Nacional da Indústria (SESI) e Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2016 indicou que até 2021 deve aumentar significativamente o grau da atenção dado pela indústria brasileira à Saúde e Segurança no Trabalho. Em Santa Catarina, a Portonave S/A – Terminais Portuários de Navegantes é um exemplo desta tendência. Como estratégia para garantir a sustentabilidade do negócio, a empresa investiu recursos humanos e financeiros ao longo do último ano com o objetivo de certificar o seu sistema de gestão na norma internacional OHSAS 18001, que estabelece requisitos para saúde e segurança dos trabalhadores.
“Entendemos que para nos mantermos competitivos e sustentáveis, precisamos de boas práticas de gestão que contemplem a satisfação dos clientes, a preservação do meio ambiente e a garantia de que a atividade dos nossos profissionais é compatível com a preservação da sua vida, com saúde e segurança”, pontua o diretor-superintendente administrativo da Portonave, o economista Osmari de Castilho Ribas.
Com a certificação na OHSAS, conquistada em outubro deste ano, a Portonave complementa o hall de certificações do seu Sistema de Gestão Integrado, já reconhecido nas normas ISO 9001, voltada para a gestão da qualidade do serviço prestado, e ISO 14001, orientada para a gestão ambiental.
Na avaliação do engenheiro de Segurança do Trabalho da Portonave, Marcos Casagrande Bitencourt, investir na saúde e segurança dos trabalhadores é também uma maneira de se precaver da longa lista de problemas decorrentes dos acidentes de trabalho ou de danos causados à saúde dos profissionais.
“Estimar o custo de um acidente não é algo simples, mas uma coisa é certa: há um impacto na saúde financeira da empresa e do país. O Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho aponta que, de 2012 até o momento, a previdência teve um gasto de aproximadamente 75 bilhões de reais com benefícios acidentários. Para as empresas, além dos custos diretos, existem os indiretos, como perda de produção, remanejamento de profissionais, custos com investigação, paralisação, sem falar no desgaste emocional”, elenca.
No Estado de Santa Catarina, entre 2012 e 2017 foram registrados mais de 132 mil auxílios-doença por acidentes de trabalho. Os dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Previdência Social indicam que o impacto previdenciário dos afastamentos custou 30 milhões de dias trabalhados a menos no cotidiano das empresas.
Processo de certificação
Para atender a todos os requisitos da norma OHSAS 18001, ao longo do último ano a Portonave realizou melhorias em sinalização, instalou sensores de segurança em equipamentos, fez adequações na estrutura física e implementou ferramentas que possibilitam maior participação dos profissionais na gestão da saúde e segurança. Como exemplo foi implementado o “Cartão de Observação de Segurança para que os trabalhadores possam reportar situações de risco ou sugerir melhorias.
Outras ferramentas criadas na Portonave foram uma cartilha com as “Regras de ouro da segurança”, que estabelece normas “inegociáveis” para a realização do trabalho, e o “Mandato de Intervenção”, que assegura o direito de qualquer profissional intervir em situações que considere de risco, mesmo que isso exija questionar ou interpelar um superior. “Com isso os trabalhadores participam diretamente do sistema de gestão de segurança da empresa e, ao observarem suas sugestões sendo implementadas, sentem-se mais valorizados, passando cada vez mais a reportar as situações que consideram de risco”, explica Marcos Bitencourt.
A certificação na norma OHSAS 18001 é concedida por empresas especializadas, que avaliam minuciosamente as práticas de gestão, estrutura e rotinas de trabalho das empresas. No caso da Portonave, a entidade responsável pela certificação foi o Bureau Veritas Certification (BVC), que avaliou a conformidade em relação aos requisitos da norma dentro do escopo “Operação de Terminal Portuário”.
Conforme explica o auditor do BVC, Antonio Meireles Baêta, a primeira certificação da Portonave, ISO 9001, conquistada ainda em 2009, supriu uma necessidade da empresa. Com a ISO 14001, que veio em 2010, a empresa atendeu uma necessidade do planeta. E, agora, com a OHSAS 18001, supre a necessidade de saúde e segurança das pessoas envolvidas no negócio. “Isso demonstra claramente o comprometimento da empresa em ter um sistema realmente integrado para o desenvolvimento sustentável”, destaca Baêta.
Sobre a Portonave
A Portonave S/A – Terminais Portuários de Navegantes, é o primeiro terminal privado do Brasil e completou 11 anos de operação em 2018, sendo referência na movimentação de contêineres. Em mais de uma década, consolidou-se como líder de mercado em Santa Catarina. O Terminal também está entre as 500 maiores empresas do Sul do Brasil e entre os 20 maiores Portos da América Latina, segundo ranking da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).