Enéas Marques já foi Jaracatiá e chega aos 55 anos de emancipação

Está certo que Enéas Marques é nome dado ao município para homenagear uma pessoa que muito fez pelo sudoeste paranaense, mas que Jaracatiá, antiga denominação da localidade, teria mais história e seria muito interessante, não há dúvida. Pois a palavra Jaracatiá vem do tupi iarakatia e significa “indivíduo de fruto cheiroso”. É nome dado a uma fruta também conhecida como mamão bravo, tipicamente brasileira – e ótima para fazer doces e compotas.

Mas Enéas Marques não esquece o antigo nome: está na bandeira do município e no brazão.

Município que está comemorando no dia 14 de dezembro 55 anos de emancipação, fato ocorrido pela lei 4.823 de 18 de fevereiro de 1964, com instalação no dia 14 de dezembro de 1964. O desmembramento ocorrido foi de Francisco Beltrão.

As comemorações coincidem com os festejos natalinos, com a abertura acontecendo no dia 1 de dezembro, com iluminação natalina, luzes, músicas, Casa do Papai Noel. No dia 14 vai ter desfile.

Produção

Enéas Marques tem uma área de 191 km2 e, conforme o Ipardes, planta milho em 2.500 hectares, soja em 1.600, trigo em 400, feijão em 160, mandioca em 100, além de outras culturas como uva, erva-mate, fumo, melancia, melão, tomate. São muito boas as produções de leite e ovos de galinha e as maiores criações, pela ordem, são de galináceos, suínos e bovinos.

História

Texto do IBGE

O Presidente Getúlio Vargas criou, em 1938, uma política oficial de expansão e alargamento efetivo das fronteiras agrícolas, com a chamada “Marcha para o Oeste”. Começa assim o movimento de deslocamento de força de trabalho dentro do Brasil. E os primeiros beneficiados foram os jovens riograndenses e catarinenses, para os quais começava a faltar espaço nos minifúndios do Sul.

Dando sequência à estratégia, o Presidente Vargas cria, em 1943, a Colônia Agrícola Nacional General Osório (Cango), para ocupar uma área de 350 mil hectares na região de Capanema, Barracão, Santo Antônio e Francisco Beltrão, numa faixa de 60 quilômetros junto à fronteira com a Argentina. Com essa medida, acomodava os grandes contingentes de jovens reservistas, filhos de agricultores do Sul que atenderam ao apelo da ‘Marcha para o Oeste’.

A Região Sudoeste do Paraná foi marcada por períodos de turbulência: a longa disputa do território com a Argentina; a disputa entre o Paraná e Santa Catarina com a Guerra do Contestado; a proposta de criação do Estado das Missões, englobando toda a região do Sudoeste; a disputa entre o Governo do Paraná e a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande; e a disputa em torno dos interesses da União, em que as concessões das glebas Missões e Chopim geraram dramáticas consequências, inclusive com o sacrifício de vidas.

As turbulências continuaram com o desmembramento da região em favor do Território do Iguaçu, a disputa entre a CITLA (Clevelândia Industrial e Territorial) e o Governo Federal, culminando com o Levante de 1957, ou a Revolta dos Colonos.

A Revolta dos Colonos possibilitou a posse definitiva da terra através da criação da GETSOP (Grupo Executivo de Terras do Sudoeste do Paraná), que definiu a questão da propriedade, demarcando lotes e titulando aos colonos que até então eram apenas posseiros.

Em fins de 1947, José Penso mudava-se com a família e logo no ano seguinte chegava o irmão Florindo. Cada um tirou um sítio onde atualmente é o perímetro urbano de Enéas Marques.

Na época, o Senhor Vitale Frâncio adquiriu um sítio dos irmãos Penso, lembra-se de que somente morava em Enéas Marques os irmãos Penso, Alfredo Croner e Amantino Duarte. A partir de 1948 é que as famílias Cattaneo, Bonetti e Koerich chegaram para a futura Enéas Marques.

Em 1961, o povoado foi elevado à categoria de distrito administrativo com o nome de Jaracatiá, devido a um córrego que limita o perímetro urbano e pela existência em suas margens de grande quantidade de árvores conhecidas por esse nome.

O topônimo é uma homenagem a Enéas Marques, que foi o representante do governo do estado junto ao GETSOP.

Distrito criado com a denominação de Jaracatiá (ex-povoado), pela Lei Municipal n.º 92, de 12-08-1961, subordinado ao município de Francisco Beltrão.

Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o distrito de Jaracatiá, figura no município de Francisco Beltrão.

Elevado à categoria de município com a denominação de Enéas Marques, pela Lei Estadual n.º 4.823, de 18-02-1964, desmembrado de Francisco Beltrão

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