Guaraqueçaba, das muitas belezas naturais intocadas, chega aos 475 anos

Um dos municípios mais antigos do Brasil, Guaraqueçaba vai comemorar 475 anos no dia 11 de março. No dia 13, haverá a apresentação da dupla Pedro Paulo & Alex, promoção da Prefeitura, através da secretaria municipal de Turismo. No dia 11, teremos desfile cívico às 8 hs, seguindo-se Ato Cívico às 9 hs, com pronunciamento do prefeito Hayssan Colombes Zahoui, lançamento do selo personalizado do município e, às 11 hs, entrega dos mapas aos agricultores. A partir das 13 hs, haverá brinquedos infláveis gratuitos para as crianças e à noite, a partir das 21 hs, apresentação da New York Banda Show.  

História

Texto da Prefeitura

Até a primeira metade do século XVI, os únicos habitantes da região eram os grupos indígenas, que se distribuíam pelos estuários e baías do litoral paranaense, principalmente às margens da baía de Paranaguá. Inicialmente, a região era habitada por tupiniquins, tendo, mais ao sul do litoral paranaense e norte catarinense, a frequente presença de índios carijós, hábeis em descer do planalto à planície litorânea pelo caminho de Peabiru e seus ramais. Esse antigo caminho indígena ligava o Império Inca localizado nas cordilheiras dos Andes ao litoral paulista, com ramificações para o litoral paranaense e catarinense. Por meio dessas ramificações, as nações indígenas nômades iam do litoral para o planalto e vice-versa.


No começo do século XVI, os carijós pertencentes ao tronco Tupi-Guarani, ocupavam toda a costa sul do Brasil, desde a barra de Cananéia até o Rio Grande do Sul. Registros históricos estimam que havia de 6 a 8 mil Carijós no litoral paranaense desenvolvendo atividades de lavoura e pesca. No litoral, as atividades cotidianas incluíam a caça, a pesca, coleta de ostras, mexilhões, bacucus, caranguejos, etc. Prova da presença desses povos antigos, são os vestígios deixados, chamados de sambaquis (Depósito natural de cascas de ostras e outras conchas) encontrados ora na costa, ora em lagoas ou rios. Em Guaraqueçaba, ainda se encontram vários sambaquis em bom estado de conservação.


Com o descobrimento do Brasil, pelos portugueses, em 22 de Abril de 1500, e a fundação da colônia de São Vicente, em 1532, no litoral paulista, partiram as primeiras expedições de exploração ao complexo estuarino de Cananéia, Iguape e Paranaguá. A história refere-se à presença, em 1545, de colonos lusos estabelecidos em Superagui e, entre 1550 a 1560, na Ilha da Cotinga.


No dia 18 de Novembro de 1547, ao tentar esconder-se de uma tempestade, o navegador alemão, Hans Staden, se abriga no canal do Superagui, onde encontrou ali índios tupiniquins e dois portugueses náufragos. Esse navegador descreveu o que viu: índios usando peles de animais ferozes para se proteger do frio. Seu relato de viagem, do ano de 1556, apresenta a primeira carta da baía de Paranaguá. Posteriormente, na intenção de capturar índios para escravizá-los, portugueses, vindos do litoral paulista, chegaram à BAÍA DE GUARAQUEÇABA e ali descobriram ouro nos rios Ribeira, Açungui e Serra Negra; fixaram-se na região, iniciando assim, as atividades de mineração no Brasil.


Em 1614, Diogo de Unhatte, tabelião da ouvidoria de São Vicente, obteve, de Pero Cubas, a sesmaria, denominada Paranaguá, localizada entre os rios Ararapira e Superagui – atual município de Guaraqueçaba. Povoamento mais efetivo, pelos europeus, se deu no século XVII, através da atuação do capitão-mor, Gabriel de Lara. Outro grupo de portugueses, os chamados bandeirantes, vindo de São Paulo, instalou-se às margens dos rios da baía de Guaraqueçaba. Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, nesse mesmo século, encerra-se o ciclo de mineração nessa região e as comunidades se mantiveram por meio da agricultura de subsistência. A população foi crescendo e o cultivo e comércio de arroz, cana-de-açúcar, aipim, banana, café, milho e feijão se intensificaram.


No século XVIII, fazendas de comercialização de produtos agrícolas e madeira cresceram com o trabalho escravo, inclusive, os produtos eram exportados para a Argentina e o Paraguai, sendo transportados, pelo rio, em canoas e pequenas embarcações, até o porto de Guaraqueçaba ou Paranaguá, onde eram comercializados. Nesse período, a região sofreu a influência cultural de europeus e africanos.
Em 1838, Cypriano Custódio de Araujo e Jorge Fernandes Corrêa, antigos proprietários de terras, construíram a Capela do Bom Jesus dos Perdões, na encosta do Morro Quitumbê. Em torno da capela surgiram habitações e, em pouco tempo, a povoação nascente ganha direito e privilégios. Elevado à freguesia em 1854, mas somente gozando do predicamento de Vila, no ano de 1880.  Em 1938, a Vila foi extinta e anexada como Distrito ao Município de Paranaguá. Voltou a figurar como município autônomo, em 1947.


Em meados do século XIX, quando o Paraná elevou-se a categoria de Estado, muitos imigrantes europeus, principalmente suíços, italianos e franceses, instalaram-se em Superagui, onde desenvolveram agricultura com uso de canais de irrigação. Produziram arroz, uva para fabricação de vinho, café e mandioca. A vila de Guaraqueçaba progredia, no continente. As duas primeiras décadas do século XX foi o período da maior prosperidade em Guaraqueçaba, quando navios carregados de banana e madeira faziam linhas até Argentina e Paraguai. Nessa época, agricultores paulistas, em busca de terras férteis e baratas, criam as comunidades de Pedra Chata e Batuva.


Mas, a crise da economia capitalista, de amplitude mundial, ocorrida em 1929, causa reflexos também na região, causando dificuldades na economia agrícola, uma vez que era quase que totalmente voltada à exportação. Na década de 40, alemães fugindo dos reflexos da 2ª guerra mundial, chegam a Serra Negra e Rio Bananal, instalando-se nessa região. As comunidades de Rio Verde e Rio Guaraqueçaba funcionavam como intermediárias à comercialização da banana, originária da comunidade do Batuva, rio acima.


Nos anos 50, instalaram-se as primeiras fábricas de palmito e muitos agricultores migraram para o corte de palmito, diminuindo assim, o uso de parcelas de terra para agricultura. Com a abertura da rodovia ligando Guaraqueçaba a Antonina, a PR-405 (denominada Rodovia Deputado Miguel Bufara, de acordo com a Lei Estadual 7.198 de 13/09/1979) única via de acesso terrestre à região, um novo processo de ocupação foi iniciada. O governo federal liberou créditos subsidiados e reduziu impostos para quem quisesse cultivar café, palmito e criar búfalos. Assim, muitos abriram suas áreas, venderam as madeiras, introduziram o búfalo (que degradou as florestas de planície) e não produziram, nem manejaram o café e o palmito. Somente nos anos 80 reconheceu-se que o estímulo dado às atividades agrícolas convencionais sem fiscalização, acarretou a degradação e a acelerada descaracterização ambiental da região, assim como o empobrecimento gradual da população que ali morava, secularmente.


A partir de então, valorizou-se a região de Guaraqueçaba, procurando resguardá-la do uso indiscriminado e intensivo, criando-se algumas Unidades de Conservação, na intenção de disciplinar e orientar as atividades e valorizar o patrimônio natural existente.


Com quase 500 anos de colonização, Guaraqueçaba mostra uma mistura de hábitos e tradições de índios, portugueses, negros e europeus de diversas áreas. Como resultado, uma cultura rica e diferenciada em relação às de outros lugares do Brasil. Através da história oral, lendas, músicas, danças, artesanato e hábitos alimentares, gerando grande variedade cultural que deve ser resgatada e transmitida às futuras gerações.

Atrações

Guaraqueçaba possui suas atrações para os turistas voltadas a sua beleza natural, principalmente, no Parque Nacional do Superagüi e na Reserva Natural Salto Morato.

São locais onde a mata atlântica continua preservada no Estado do Paraná e que possuem diversas trilhas para conhecer o local.

Porém, a cidadezinha possui um comércio de produtos típicos da região para venda aos turistas, como o Uísque Caiçara.

Igreja do Nosso Senhor Bom Jesus dos Perdões

A construção em estilo colonial foi levantada em 1838 e é dedicada ao Bom Jesus dos Perdões, como seu próprio nome diz. Durante o mês de agosto existem diversas festividades no local em homenagem à sua comemoração. Não deixe de conhecer e, principalmente, tirar fotos do seu altar em forma de embarcação e que a base é um peixe esculpido na madeira. A igreja é a primeira construção da cidade e suas paredes são feitas totalmente de pedra.

Parque Nacional do Superagüi

O parque foi criado através do decreto número 97688 de 25 de abril de 1989 e após ampliado pelo decreto número 9513 de 20 de novembro de 1997. Atualmente, o parque conta com uma área total de 33988 hectares que engloba quase toda a Ilha do Superagüi e a Ilha das Peças.

O Parque Nacional do Superagüi abriga uma das maiores diversidades de animais da região sul do país e, entre eles, alguns que estão em risco de extinção como é o caso dos papagaios chauá, dos macacos sauá e mono carvoeiro e do jacaré-de-papo-amarelo. Conta, também, com uma grande diversidade de plantas e vegetais como ipês, caxetas, jacarandás e orquídeas.

O parque não é aberto para visitação de turistas que acabam visitando o seu entorno, mesmo este estando dentro da unidade de preservação ambiental. O maior atrativo do entorno do parque é a Praia Deserta.

A paisagem do Parque Nacional do Superagüi proporciona diversas belíssimas visões como a da ilha do Pinheiro, mas, principalmente, da revoada dos papagaios-da-cara-roxa que ocorre duas vezes ao dia (ao amanhecer e ao entardecer).

Embora o entorno do parque seja liberado para visitação não é possível acampar no mesmo e, portanto, o ideal é que sua visita dure até por volta das 16 horas para poder voltar com tranquilidade para a sede do município.

Como chegar: Tanto para quem está em Paranaguá quanto em Guaraqueçaba o acesso é somente por embarcações que saem dos piers das respectivas cidades.

Trilha do Telégrafo

A trilha é um caminho centenário que liga as cidade de Guaraqueçaba e Cananéia (estado de São Paulo), sendo que foi aberta pelos escravos no século XIX a mando do próprio imperador Dom Pedro I.

A trilha recebeu este nome porque em 1870 recebeu postes telegráficos que tinham como objetivo ligar o Rio de Janeiro com as cidades ao sul do país. A trilha é considerada pelos jipeiros como a mais difícil do Brasil, pois em diversos trechos é de mata fechadíssima.

Reserva Natural Salto Morato

A reserva é de propriedade da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e é um pedaço inexplorado de mata atlântica no litoral do Paraná. A mata é rica em fauna e flora características da região e uma paisagem muito bonita. Além disso, conta com uma pequena infraestrutura para atender bem aos visitantes, inclusive, com um pequeno camping para até 40 pessoas, quiosques com churrasqueiras e uma lanchonete. Para quem precisar de informações sobre a Reserva existe um Centro de Visitantes que tira todas as dúvidas, assim como podem ser contratados guias no local.

Dentro da Reserva Natural encontra-se, também, a queda d’água Salto Morato (por isso o nome da Reserva) com 80 metros de altura.

Localização: à 20 quilômetros do centro de Guaraqueçaba pela PR 405

Ilhas

Guaraqueçaba é composta de diversas ilhas, como a Laranjeiras, Peças, Pinheiros, Rasa, Rebelo e Superagüi. A ilha do Superagüi, por exemplo, reclama o direito histórico de ter sido o primeiro local onde os portugueses chegaram no Paraná, por volta do ano de 1545, sendo que, inclusive, foi tombada no ano de 1985 para a preservação dos aspectos históricos e paisagísticos.

Cachoeira das Quatro Quedas

Seu acesso é feito pela Reserva Ecológica do Sebuí onde pode-se chegar apenas de barco que leva, em média, 50 minutos de viagem e parte do píer da praça central. Ao chegar a Reserva pega-se a Trilha da Quatro Quedas onde se leva uma hora de caminhada até chegar a primeira cachoeiras e mais 50 minutos para alcançar a última. Para fazer este passeio é obrigatória a contratação de um guia turístico.

Praia Deserta

A praia deserta tem aproximadamente 40 quilômetros de extensão e é ideal para quem quer fazer um passeio de bicicleta por toda a orla.

Localização: na ilha do Superagüi

Baia de Guaraqueçaba

Algumas empresas da cidade fazem o fretamento de barcos para quem quer conhecer o ecossistema estuarino-lagunar da região. As saídas dos barcos ocorrem em dois pontos: em frente ao Mercado Municipal ou na Marina Guará.

Rio Guaraqueçaba

O rio que dá nome a cidade é muito procurado por quem gosta de uma pescaria como, também, por quem é praticamente da canoagem por conta de suas corredeiras.

Ponta dos Morretes

É uma região arborizada à beira da baía que conta com uma passarela e é o local ideal para um banho, assim como para a pesca. Localização: no centro da cidade

Mirante da Serra Negra

Um excelente passeio para quem está chegando ou partindo de Guaraqueçaba é dar uma paradinha no Mirante da Serra Negra que está localizado à 74 quilômetros de Antonina ou 25 quilômetros do centro de Guaraqueçaba.

Do mirante é possível ver a beleza de toda a baía e seu contorno, sendo que para chegar até a parte mais alta existe uma escadaria com 127 degraus. Localização: estrada de ligação a Guaraqueçaba

Morro do Quitumbê

Para quem está visitando a Igreja um ótimo passeio é subir a trilha sinuosa, porém fácil de aproximadamente 800 metros até o topo do Morro do Quitumbê. O morro tem apenas 80 metros de altura, porém a visão de quem chega ao topo é belíssima de toda a baía e cidade. Localização: ao lado da Igreja do Nosso Senhor Bom Jesus dos Perdões

Casario Colonial

Grande parte das casas de Guaraqueçaba foram construídas no século XIX e guardam características do estilo colonial. Um dos principais prédios e que merece até uma visitação é o da sede da Estação Ecológica.

Uísque Caiçara

O Uísque Caiçara ou Cataia, como é popularmente chamado, é uma bebida muito popular em todo o litoral norte do Paraná, em especial na região do Superagüi, pois é um dos poucos lugares onde a planta é encontrada.

O seu teor alcóolico depende exclusivamente do seu preparo (varia entre 20% a 40%), sendo que o seu tempo de preparo é de aproximadamente 20 dias onde, neste período, são colocadas em torno de 20 folhas da cataia em um litro de cachaça. Ao final deste período o líquido fica amarelado igual ao Whisky e está pronto para à venda e consumo.

Onde comprar: em algumas lojinhas da cidade ou na Comunidade Barra do Superagüi.

Compras de Artesanato Indígena

A cidade possui diversas lojinhas que vendem artesanato indígena, como, por exemplo, cestarias guarani e teares feito com fibra de bananeira. A melhor opção para quem quer comprar ou, simplesmente, conhecer é o Arte Nossa.

Endereço: Avenida Doutor Agrícola da Fonseca, 30.

Horário de Funcionamento: Das 9h às 12h e das 13h às 17h

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