Novos investimentos no Porto de Antonina atraem produtores norte-americanos
(da Redação)
O avanço nas obras de ampliação no Porto Ponta do Félix, localizado em Antonina, chamou a atenção de um grupo de 15 traders, empresários e produtores de fertilizantes norte-americanos que estiveram conhecendo o local na última semana (29). A construção de novos silos – já concluída – e de novos armazéns de fertilizantes – obra em fase final de entrega – possibilitarão o aumento de 85% da capacidade de armazenagem, passando de 280 mil toneladas para 520 mil toneladas.
Com mais espaço para armazenamento, o terminal ganha agilidade na operação portuária com uma maior produtividade na descarga de produtos. Também estão entre as vantagens operacionais a possibilidade de armazenamento de 100% da carga em área de recinto alfandegado, line up diferenciado e a produtividade na operação com custos reduzidos, devido à proximidade dos armazéns com o cais.
“O incremento da capacidade estática abre mercados em novos segmentos. Além disso, teremos ganhos de produtividade superiores a 40% englobando todo este contexto”, explica o Diretor-Presidente do PPF Gilberto Birkhan.
A ampliação oferecerá mais espaço para o mercado de fertilizantes. Em 2022, segundo dados da Portos do Paraná, foram importadas quase 10 milhões de toneladas do insumo pelos portos de Paranaguá e Antonina. O volume representa 27,5% de tudo o que o país recebe em adubos. “Os portos paranaenses são as principais portas de entrada dos fertilizantes no Brasil. Aumentando o espaço para armazenar o produto atendemos uma demanda dos nossos clientes”, reforça Birkhan.
Demurrage preocupa exportadores
Entre as principais preocupações dos exportadores de fertilizantes estrangeiros para o Brasil estão os valores da demurrage (sobre-estadia), taxa que deve ser paga pelo tempo de espera que o navio fica atracado, aguardando para descarregar mercadorias.
De acordo com o Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), o aumento excepcional no volume de importações provocou gargalos logísticos na infraestrutura de descarga e armazenagem, resultando em tempo maior de permanência dos navios em águas paranaenses. No Cais Comercial o custo gerado foi de US$ US$ 30.39 por tonelada.
Para o Vice-presidente da CF Industries – especializada no ramo de fertilizantes, Bert Frost, existem gargalos na logística portuária brasileira que precisam de atenção.
“Com o alto volume de importações e exportações, o maior desafio, tanto para os exportadores e importadores, são as questões portuárias que envolvem logística e custos marítimos. Os novos no setor ajudarão o Brasil a crescer mais e com eficiência”, destaca.
Cenário
O Brasil importa 85% do fertilizante usado nas lavouras, todo de origem estrangeira, segundo o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert).
Para se ter uma ideia, de janeiro a maio deste ano, a movimentação de fertilizantes pelos portos do Paraná, principal porta de entrada do produto no país, teve alta de 14%, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Com tanto produto importado chega a faltar espaço para a armazenagem, o que abre espaço para novos mercados.
Sobre o Porto Ponta do Félix
O Porto Ponta do Félix é uma empresa privada, concessionária do terminal portuário público multipropósito de Antonina — fundada em 1995. A concessão se deu através de contrato de arrendamento outorgado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina — APPA.
Em 2000, foi inaugurado o cais de atracação e iniciou-se exportação de produtos refrigerados, produtos florestais e aço. Em 2009, a FTSpar assumiu a gestão do Porto Ponta do Félix e iniciou uma nova fase nas diretrizes do contrato de arrendamento do Terminal Portuário, focado principalmente na conversão da vocação do terminal, antes predominantemente de carga refrigerada, para carga geral e granel.
Em 2019, o Porto de Antonina registrou o quinto maior crescimento entre 19 portos brasileiros.