Queijos do Paraná são destaque em concurso internacional em Minas Gerais

Da Assessoria da Emater Pr

Dois queijos produzidos no Paraná ganharam destaque no I Concurso Internacional de Queijos, realizado na primeira semana de agosto em Araxá, Minas Gerais. A competição foi promovida pela ONG “SerTãoBras,  pela Guilda Internacional de Queijeiros e pela Associação de Produtores de Queijo de Araxá.  Mais de 1000 queijos, de vinte países, participaram da competição, supervisionada por Claude Maret, presidente da Associação de Queijeiros da França. Os queijos paranaenses premiados foram um colonial meia cura produzido em Chopinzinho e o Precioso do Rancho Seleção, tipo parmesão, de Londrina.

Super Ouro

Há 25 anos Valdeir e Márcia Martins, de Londrina, lidam com a produção de leite A. Nos últimos dois anos o casal resolveu aproveitar o excedente para fabricar queijos.  Eles dividem a responsabilidade de produzir o queijo Precioso do Rancho Seleção, tipo parmesão, que ganhou o prêmio Super Ouro no concurso de Araxá. Eles sabiam que tinham um produto de qualidade, mas não esperavam vencer a concorrência durante a competição. “Inscrevemos três queijos no concurso: o frescal, o curado e o parmesão. Quando vimos as mesas com os queijos dos concorrentes ficamos intimidados, sem qualquer expectativa de premiação. Mas quando a sala foi aberta e experimentamos os queijos, percebemos que o nosso poderia ficar bem colocado. A premiação foi um baita estímulo para continuar produzindo um queijo de qualidade.  Também aguçou a curiosidade dos consumidores. Com a divulgação, o escoamento da nossa produção ficou bem mais fácil. O mercado começa a ver nosso produto com olhos diferentes. O concurso coloca uma chancela de qualidade no nosso queijo”, pondera Martins. O queijo parmesão  produzido pelo casal tem um período de maturação longo,  doze meses. São os cristais que se formam na  massa que conferem um sabor marcante ao queijo. Diariamente, são produzidos de 15 a 25 quilos de queijo na propriedade e a comercialização é feita diretamente com os consumidores.

Matéria prima de qualidade

A cremosidade  e a combinação de temperos do queijo fabricado em Chopinzinho conquistaram os jurados do concurso. A premiação foi uma surpresa para Claudemir Ross que há cinco anos fabrica queijos coloniais com leite cru, os queijos São Bento. “Não tínhamos a dimensão da importância do concurso. O convite para a participação veio de uma professora da UTFPR que fez um trabalho com produtores de queijo da região. Eu decidi participar, ao menos, para divulgar nossa produção. Sem dúvida é um prêmio que nos orgulha e aumenta  a responsabilidade. É um desafio para buscar, cada vez mais, um produto melhor”, observa Ross.

A caminho percorrido por Ross até chegar à premiação em Araxá foi longo.Técnico agropecuário de formação, o produtor de Chopinzinho passou cerca de dez anos trabalhando numa cooperativa da região, prestando assistência aos cooperados que lidavam com gado de leite. Em 2012 ele comprou uma propriedade, de 4,2 alqueires, onde se instalou com a esposa, Cleunice. “A ideia era trabalhar apenas com a fabricação de queijo e comprar leite de terceiros. Mas não encontramos o leite com a qualidade desejada. Minha experiência na cooperativa mostrou que essa qualidade depende do tipo de alimento que os animais consomem.  Então, iniciamos a compra de animais para produzir o leite com a qualidade que queríamos”, lembra Ross. Atualmente as 16 vacas em lactação da propriedade produzem 350 litros de leite por dia, o que rende até 35 quilos de queijo diariamente. “O queijo que obteve a premiação Prata no concurso é um colonial, meia cura, que precisa de 45 dias para maturar. Ele tem a casca mais firme, o interior é macio e tem um sabor suave. Além dele, produzimos outros vinte produtos diferentes”, explica Ross. Por enquanto o queijo premiado só tem inspeção municipal e é comercializado na região. O produtor acredita que o concurso pode abrir a possibilidade de vender a produção para outras regiões, com identificação e rotulagem. “A procura pelo nosso queijo cresceu uns 200%”, afirmou o produtor. Ross lembra que os técnicos do Instituto Emater tiveram uma participação importante nessa conquista, já que acompanharam todo o processo de melhoria da produção.

Concurso

Foi a primeira vez que um concurso mundial de queijos foi realizado na América Latina. O objetivo dos organizadores foi colocar os queijos brasileiros lado a lado com queijos internacionais, premiando os melhores, sem distinção de origem ou tecnologia. O concurso também marcou a entrega do selo Arte que tornou mais flexível as regras para a venda de queijo artesanal entre os estados.  Participaram da competição queijos feitos com leite de vaca, cabra, ovelha e búfala. O queijo Mandala, fabricado por Vanessa Alcolea, de São Paulo, foi eleito o melhor do concurso. Em setembro os queijos paranaenses voltam a competir. Desta vez será no V Prêmio Queijo Brasil, de 18 a 22 de setembro, em Florianópolis.

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