Saiu de Itaguajé o primeiro livro escrito no Brasil
(da Redação)
Itaguajé é um jovem município do Paraná, desmembrado de Santo Inácio em 1955. Em Santo Inácio estavam as Reduções jesuíticas (padres espanhóis da Companhia de Jesus) de Nossa Senhora de Loreto e de Santo Inácio Mini, fundadas em 1610. Sob ataques constantes dos bandeirantes, os jesuítas fugiram com cerca de 12 mil índios, através de 700 balsas, pelo rio Paranapanema. O grande êxodo ficou conhecido como Êxodo Guairenho.
As Reduções estavam localizadas às margens da foz do rio Pirapó com o Paranapanema, área que hoje pertence o município de Itaguajé. E, assim, essa história passou a integrar a história itaguajeense. Foi como se, além da área territorial, Itaguajé se apossasse também da história de Santo Inácio.
Inclusive a que relaciona a impressão do primeiro livro feito no Brasil.
1º livro editado no Brasil
A História nos dá conta de que o primeiro livro publicado no Brasil foi a obra de Tomás Antônio Gonzaga “Marília de Dirceu”, expoente do Arcadismo. Lançado no Rio de Janeiro em 1812, foi impresso nas oficinas da Imprensa Régia de D. João VI.
Pois foi na antiga Santo Inácio e atual Itaguajé que o Padre Antonio Ruiz de Montoya escreveu, em 1613, a “Arte y Vocabulário de La Lengua Guarani”, que serviu aos missionários para se entenderem com os povos indígenas que dominavam a região. Era um dicionário tupi-guarani, para facilitar o trabalho de comunicação dos padres com os indígenas. Foi publicado em Madri no ano de 1643 e foi, assim, o primeiro livro escrito no Brasil.
De acordo com o presidente da Associação Comunitária de Desenvolvimento Cultural e Artístico de Itaguajé, o professor e pesquisador Benedito Borges, autor do livro “Nossa Senhora de Loreto”, as Reduções foram um dos primeiros núcleos urbanos do estado. “Na época, Loreto já era como uma cidade. Além das ruas e casas, existiam praças, escola com 500 crianças estudando, hospital, festas religiosas e uma importante criação de gado”.