Viajando no tempo de Curitiba

Viajando no tempo de Curitiba

(por Victor Grein Neto)

Curitiba tem muitos edifícios antigos, mais que centenários, alguns poucos bem conservados, outros funcionando apenas com lojas nas partes de baixo – muitos oferecendo perigo em virtude de possíveis desabamentos. 

As construções são bonitas, fachadas elegantes, geralmente o ano de sua edificação estampado nas partes superiores.

Observando (e depois pesquisando um pouco), dá para voltar no tempo.

Por exemplo: o prédio que está na esquina das ruas XV e Monsenhor Celso. Está lá a data: 1926. Fazia 7 anos que tinha acabado a I Grande Guerra Mundial, com mais de 10 milhões de mortos. Dali a 13, começaria a 2ª… No dia 6 de julho era fundada a Juventude Hitlerista…

Nesse ano Curitiba tinha cerca de 100 mil habitantes, a rua XV de Novembro era onde tudo acontecia – os footings, as sessões nos cinemas (que atraiam multidões pelo mundo), os cines Avenida, Ópera, Odeon e Palácio. Nas telas, os filmes eram mudos (o primeiro filme com som surgiria em 1927 com “O Cantor de Jazz”) e eram exibidos “A General” (com Buster Keaton), “Fausto”, “A Mãe” – e outros. Era inventada a primeira máquina que transmitia imagens, que daria origem às tvs….

Voltando a Curitiba, as lojas, charutarias, engraxates, tudo estava ali pela rua XV. Os bondes trafegavam pelos trilhos. 

Passear no Passeio Público era uma coisa elegante naquela época. A Praça Rui Barbosa, conforme testemunho deixado pelo ex-diretor da Cruz Vermelha no Paraná, Lauro Grein Filho, era “um imenso largo de terra batida”. 

No futebol, o campeão paranaense era o Palestra Itália. Disputaram o certame Coritiba, Atlético, Operário de Ponta Grossa, Savóia, União Campo Alegre (também de Ponta Grossa), Paraná Sporte Clube.

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