Câmara de Curitiba homenageia os 25 anos da Comunidade Bethânia

Câmara de Curitiba homenageia os 25 anos da Comunidade Bethânia
FOTO – CARLOS COSTA (cmc)

(CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA)

A Câmara Municipal de Curitiba homenageou no dia 15 a Comunidade Bethânia, instituição cristã que promove a recuperação de dependentes do álcool e das drogas. A proposição da homenagem foi do vereador Bruno Pessuti (Pode), que presidiu a sessão solene. Além dele, compuseram a mesa o padre Vicente de Paula Neto, presidente da Comunidade, e os também homenageados e integrantes da comunidade: Anderson Garcia, gestor geral; Flávio Lopes, seminarista; Natally Rivadavia Vital, administradora; e Carla Inocêncio Amaral, moderadora.

Pessuti declarou ser uma honra poder homenagear a Comunidade Bethânia, entidade que, de acordo com ele, exerce um papel fundamental na sociedade, resgatando e acolhendo pessoas que se encontram à margem de suas próprias vidas em virtude do consumo abusivo do álcool e das drogas. “É função da Câmara Municipal enaltecer o trabalho de entidades como a Comunidade Bethânia, um trabalho humanitário e gratuito que pretende resgatar a dignidade daqueles que se tornaram vítimas do uso de substâncias que anulam suas dignidades e a própria vontade de viver”, disse o vereador.

Em seguida, um vídeo institucional explicou as origens e as atividades desenvolvidas pelas Comunidade Bethânia. A entidade foi fundada na cidade de São João Batista, em Santa Catarina, por Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, o padre Léo, com o objetivo de ser um espaço de acolhimento a pessoas que desejam livrar-se da dependência em bebidas alcoólicas e em drogas em geral. A comunidade foi instalada numa área de 400 mil m² e não possui muros, ou seja, nenhum interno é obrigado a permanecer no local ao longo do período de 11 meses no qual se procede a desintoxicação por meio da fé e do trabalho.

A comunidade prioriza pessoas da região, para que não percam o contato e os vínculos com suas famílias. A ideia é que tais pessoas reatem seus laços consigo e com a sociedade. A instituição foi idealizada pelo padre Léo, que também passou pela experiência da dependência química. Ao conseguir superar essa situação por meio da fé, decidiu dedicar-se às pessoas que permanecem à margem da própria vida em razão de seus vícios. Falecido em 2007, Padre Léo trouxe, segundo os depoimentos do vídeo, a marca do acolhimento em Jesus. A importância do padre Léo pode ser verificada no memorial feito em sua homenagem na comunidade e há um esforço para que ele seja beatificado pela Igreja Católica.

Além da Comunidade Bethânia na cidade de São João, a entidade mantém mais 7 outras comunidades em locais diversos do Brasil, incluindo Curitiba, onde a comunidade desenvolve há 25 anos suas atividades em um espaço nas proximidades do jardim Zoológico. Ao todo, a comunidade Bethânia de Curitiba já atendeu mais de 6.500 pessoas. Os candidatos comparecem acompanhados por suas famílias ou responsáveis todas as quintas-feiras e passam por uma avaliação que, na hipótese de ser positiva, os torna aptos a entrar numa fila para o atendimento.

Homens, mulheres e casais passam então a ser chamados de filhos e filhas e, por 11 meses, vivem uma rotina de orações, palestras e trabalho. Ainda segundo o vídeo, o nome Bethânia é inspirado na colônia de leprosos citada na Bíblia, sendo que a fundamentação bíblica está presente em todas as ações desenvolvidas pela entidade. Além disso, a comunidade sedia, em parceria com a prefeitura de São João Batista, a escola Ceju, que atende 280 crianças dos bairros vizinhos à comunidade, ofertando vagas do berçário à 5ª série.

Comunidade Bethânia em Curitiba – DIVULGAÇÃO

Histórico

O vereador Bruno Pessuti fez a leitura de um breve histórico da instituição. De acordo com ele, a Comunidade Bethânia nasceu de um desejo que o Espírito Santo colocou no coração do padre Léo, a partir de sua experiência como dependente químico e depois como sacerdote, com o intuito de atender jovens que buscavam nas drogas a solução de seus problemas. Durante um encontro em Curitiba, o padre Léo manifestou sua vontade de expandir o projeto para a cidade e a proposta teve aceitação por parte dos superiores do Sagrado Coração de Jesus. Em 1998, instalou-se a comunidade numa área nas proximidades do zoológico e, desde então, homens e mulheres são acolhidos para que consigam superar seus obstáculos pessoais com fundamento na fé em Deus.

Agradecimento

O padre Vicente de Paula Neto, presidente da Comunidade Bethânia em Curitiba, é natural da cidade de Lavras em Minas Gerais. Mestrando em teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), especialista em Filosofia e Educação e também é escritor, pregador e apresentador de TV e rádio. “Nosso desejo é que nossos filhos e filhas possam se perceber como seres de possibilidades. Para quando chegar a tentação de votar à antiga vida, que eles lembrem serem seres de possibilidades”, disse ele. O padre disse que é necessário levantar as mãos aos céus e agradecer pelos 25 anos repletos de amigos e amigas que ajudaram a instituição e proporcionaram que a data de comemoração dos 25 anos da Comunidade fosse celebrada na Câmara Municipal. “Expresso minha palavra de gratidão a Deus e a todos que nos ajudaram”, disse o religioso.

lembrou que o nome Bethânia é inspirado no Evangelho de São João, que em seu capítulo 13, versículo 4, menciona o local, um leprosário supostamente localizado entre Jerusalém e Jericó, onde Jesus teria encontrado acolhimento e amizade. “Jesus gostava de estar lá. Era recebido e sentava-se à mesa com aquela família. Lá ele amava e era amado. É nesse amor que nós encontramos alento para nosso coração e resposta para nossa vida. Resposta para nossa história”, afirmou o padre Vicente. De acordo com ele, muitos chegam totalmente desacreditados de si mesmos porque perderam o sentido da vida e, quando se percebem amados, concluem que há solução. “E é por isso que existimos como comunidade, sempre com a consciência de que não somos melhores que nenhuma comunidade terapêutica ou clínica de reabilitação, entidades que também cumprem importantes papéis em nossa sociedade”, afirmou.

O padre fez uma analogia entre a Comunidade Bethânia e a árvore símbolo do Paraná: a araucária. Para ele, a comunidade, assim como a araucária, deve ter raízes profundas e bem plantadas, sempre na busca de lutar em prol daqueles que necessitam de ajuda. “O tronco da araucária”, destacou o padre, “nos lembra que devemos crescer para o alto. Ele nos lembra que ninguém é condenado a ser do jeito que muitas vezes o mundo, através dos seus rótulos, nos carimba”. E os galhos da araucária remetem à imagem de braços que louvam a Deus. “Vivemos da gratuidade, não cobramos nada de ninguém, porque queremos viver assim de braços estendidos, vivendo a alegria de atender a todos sem nada cobrar em troca”, disse o presidente da Comunidade Bethânia em Curitiba. Por fim, ele se remeteu ao pinhão, o fruto da araucária. “É assim que a Comunidade Bethânia quer reproduzir, frutificar e continuar operando para além desses 25 anos de atividade”.

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