Economia Embaralhada

(Carlo Barbieri – Aquila Oxford)
Tenho dificuldade em me lembrar, desde o final do nosso curso de economia, nos idos de 1969, de momentos tão confusos na economia mundial.
Os dois carros chefes da economia atual, China e EUA, passam por momentos complicados.
Os EUA entraram numa recessão, pelo menos técnica, com já dois trimestres de crescimento negativo, uma inflação enorme para os padrões americanos, as vendas de novas residências com uma queda de 12%, no último mês, mas que, segue com pleno emprego e o governo, que tem maioria nas duas casas legislativas, enfia mais $700 bilhões de gastos públicos com itens importantes como apoio a geração de energia limpa, mas outros não tanto, como a contratação de 85,000 mil novos fiscais para o IRS (Receita Federal) já manchada por sua parcialidade ideológica, desde o governo do Obama, assim como generosa contribuição para o parque de estimação da Sra Pelosi.
Os números são claros: as atividades econômicas, medida pelo PMI, caíram ainda mais em agosto, de 47,7 para 45, pior que durante a pandemia. Política errada, mas, como insistimos, nos EUA a correção é menos problemática, pois ela é política e não econômica como a da Europa.
A China, na luta contra o vírus que de lá foi oriundo e, que ela mesmo impediu a verificação da origem e possíveis soluções, ainda enfrenta uma seca terrível, tendo que tirar água da população para manter a produção agrícola, e outras questões, que fazem com que o país espere um crescimento pífio, em considerando seu histórico, de ser possivelmente menor de 5% este ano, o que afeta o mundo inteiro.
A Europa, que se “pendurou” na China em termos de fornecimento de produtos e na Rússia, para a parte de energia, teve uma ação nefasta, do ponto de vista econômico, seguindo a cartilha da “nova ordem mundial “ e se empanturrou de dívidas, ficando sem armas para motivar o crescimento, devendo enfrentar não só uma inflação, que já chegou aos 8%, como uma recessão, sem reservas e munição. Pelo segundo mês, sua atividade econômica retraiu.
Neste cenário todo, vemos um Brasil, tão apedrejado, ter um crescimento previsto de 2% este ano, o desemprego cair de 14% para cerca de 8% ao final do ano e… uma deflação que ajudou a baixar a inflação de 11,39 para 9,3 e, que está prevista para pelo menos mais dois meses.
O Brasil está fazendo inveja ao nosso vizinho Argentina, com uma inflação crescente e, ainda, descontrolada, que é mal para o nosso país e sua parceria comercial.
Enfim, deveremos ter uma desaceleração econômica a nível mundial, e o Brasil pode se beneficiar com volumosos aportes de capital e investimentos internacionais.