Senai e Sesi Paraná desenvolvem carrinho elétrico para profissionais da reciclagem
(Sistema Fiep)
Pensando em proporcionar uma rotina mais digna aos profissionais da reciclagem, pesquisadores dos Institutos Senai de Tecnologia e Inovação, Responsabilidade Social, do Centro de Inovação Sesi, em parceria com as empresas ELO Baterias, Rhino e Two Dogs, e a ONG Gerando Falcões desenvolveram um carrinho elétrico de alto valor social com baixo impacto ambiental. De acordo com a Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), no Brasil são mais de 48 mil carrinheiros formais e 800 mil trabalhando de maneira informal.
Para a condução do Projeto Formiga, os pesquisadores do Senai, com apoio do Sesi, realizaram uma imersão com um catador da Vila Torres, em Curitiba, e uma visita técnica à Associação Vitória no bairro Xaxim, com o objetivo de realizar uma análise técnica de usabilidade, ergonomia física e cognitiva. O projeto proporciona um trabalho mais digno, produtivo e rentável para agentes tão significativos no cenário urbano. O desenvolvimento do carrinho elétrico levaria cerca de um ano para ser executado, mas foi realizado em apenas quatro meses e envolveu mais de 40 profissionais.
“O projeto nasceu do olhar da área de Tecnologia e Inovação do Senai no Paraná, focado em transformar a vida das pessoas. Com esse propósito em mente, a ideia do carrinho foi apresentada no nosso evento de Inovação anual, para Eduardo Lyra, fundador da ONG Gerando Falcões, que veio fazer uma palestra para colaboradores e indústrias. Em algumas conversas com ele, tivemos a ideia de desenvolver um carrinho elétrico para coletores de recicláveis da cidade em uma parceria Senai PR e Gerando Falcões. A ONG topou a nossa ideia e realizamos a construção do carrinho em tempo recorde, apenas 4 meses. Para que isso fosse possível, fomos conhecer o dia a dia desses trabalhadores e entendemos os desafios deles, para podermos desenvolver um produto que faça sentido para a rotina pesada desses profissionais”, detalha Fabrício Lopes, gerente executivo de Tecnologia, Inovação e Responsabilidade Social do Sistema Fiep.
Qualidade de vida aos profissionais
Em Curitiba, 57% dos profissionais, que trabalham recolhendo materiais recicláveis, são mulheres. Para o desenvolvimento do carrinho elétrico do Projeto Formiga, foi realizada uma análise técnica de usabilidade, ergonomia física e cognitiva para proporcionar conforto e segurança para o usuário, não sendo necessária a tração humana. “Diferente de outros carrinhos, ele foi pensado na ergonomia física, tanto que não é necessário tração humana e possui um guidão muito mais maleável. Além disso, foi pensado na ergonomia cognitiva, visto que o usuário do carrinho só poderá sair pela calçada e os compartimentos para guardar objetos, como roupas e outros pertences. Além desses pontos, é possível acessar o carrinho somente por um lado, o que assegura que o carrinheiro irá acessar apenas pelo lado da calçada”, explica Carl Kawasaki, analista de negócios do Instituto Senai de Tecnologia em Metalmecânica.
O Projeto Formiga é uma ação de alto impacto social, além de impactar diretamente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especificamente o Objetivo número 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico. “Desenvolvemos o projeto pensando na replicabilidade dele, para buscarmos parceiros que queiram produzir o carrinho em escala, de maneira a atingir o maior número possível de profissionais. Com isso, iremos trazer um impacto social relevante dando melhores condições de trabalho para esses profissionais que contribuem para que a gestão de resíduos de grandes cidades possa acontecer”, finaliza Patrícia Garcia Martins, gerente de negócios do Habitat Senai.