De 2021 a 2030 vai ser a Década dos Oceanos

A Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável de 2021 a 2030. A coordenação é da Comissão Oceanográfica Intergovernamental – COI – da UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Ela visa a incentivar a colaboração científica internacional, bem como o gerenciamento sustentável dos oceanos com base na integração entre a ciência e a política.

Para os cientistas, os oceanos, que são os pulmões do planeta, estão sob risco com mudança climática, poluição e pesca destrutiva e são necessárias ações de conscientização para que haja uma reversão do que se prognostica, iniciativas conjuntas de preservação. O órgão lembra que os oceanos cobrem dois terços da superfície da Terra e geram quase todo o oxigênio que respiramos, regulam o clima no planeta, fornecem alimentos e vários outros serviços essenciais. Mais de 3 bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha para sua subsistência.

Ações humanas têm colocado em risco os hábitats marinhos. A presença de plásticos no oceano, por exemplo, aumentou em dez vezes desde 1980, levando à morte de mais de um milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos marinhos a cada ano.

Década dos Oceanos no Brasil

No Brasil, UNESCO e parceiros lançaram o Comitê Nacional para a Década dos Oceanos, que reúne outras organizações internacionais, representantes do governo, sociedade civil e academia. O objetivo é desenvolver um plano com diretrizes claras sobre onde queremos chegar nos próximos dez anos em relação à proteção dos oceanos. Em paralelo, será lançado o website “O Brasil na Década”, que vai destacar todas as agendas do Comitê. No segundo semestre, serão sete oficinas em todo o país, em um processo construtivo e participativo, com o objetivo de arrecadar fundos e gerar apoio institucional para a implementação do plano.

 “Com o lema ‘A ciência que precisamos, para o futuro que queremos’, a Década criará oportunidades para mobilizar a comunidade científica, a classe política e toda a sociedade para a conservação e o uso sustentável do oceano, e potencializar o alcance do ODS 14, relacionado ao oceano e vida marinha”, destaca a Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto.

 O Ministério da Ciência, tecnologia e Inovações –  MCTI -, representante científico na Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI), da UNESCO, promove uma série de atividades para o alcance dos resultados da Década. Em novembro de 2019, co-organizou a Oficina Regional de Planejamento do Atlântico Sul . A partir de 2020, realiza a preparação do Brasil para a Década do Oceano com atividades nacionais, subnacionais e a construção dos instrumentos de gestão das ações nacionais.

A organização e coordenação da Década está fundada no engajamento e na parceria. Esta Década será para todos: cientistas, organizações intergovernamentais e não governamentais, nações e indivíduos, institutos de pesquisa, profissionais e setor privado, povos indígenas e detentores de conhecimentos tradicionais, educadores e estudantes, para recreação e lazer, usuários esportivos do oceano, artistas e muitos outros.

No Brasil, a fase preparatória começou com o Workshop Regional do Atlântico Sul, realizado em 2019. Também estão previstos  2 eventos nacionais e 5 oficinas subnacionais no segundo semestre de 2020.  As oficinas serão subdivididas em sete Grupos de Trabalho que correspondem aos resultados esperados para a Década do Oceano (um oceano limpo; saudável e resiliente; previsível; seguro; produtivo e explorado sustentavelmente; transparente; e reconhecido e valorizado por todos).

No Paraná

A Universidade Federal do Paraná – UFPR – firmou parceria com a Unesco para mobilizar ações relacionadas à Década dos Oceanos. Na UFPR, a ação começou a ser articulada pelo Programa de Pós Graduação em Pós-Graduação em Sistemas Costeiros Oceânicos. Com a formação de uma rede colaborativa de pesquisadores, o grupo lançou um perfil no Instagram com um desafio para a sociedade pelo desenvolvimento sustentável. Foram mais de 1400 perfis engajados na campanha “30 dias pelos Oceanos”.

Agora, uma nova etapa, formalizada pela Pró-reitoria de Pós-Graduação (PRPPG), busca consolidar, na universidade, uma coalizão para aglutinar saberes em torno da proposta. “A Coalizão UFPR pela Década do Oceano surge para desenvolver ações em colaboração à esta importante iniciativa capitaneada pela UNESCO, e incluir a UFPR como protagonista regional e internacional”, registra o boletim distribuído pela PRPPG aos seus programas de pós-graduação.

A ideia é que os pesquisadores que estudam o oceano sejam conectados “para vencer importantes desafios: atar nós, pessoas, ideias, projetos, conteúdos e iniciativas para promover a adesão à Década da Ciência Oceânica, fortalecendo a interface sociedade-academia-políticas públicas”. Para isso, os cientistas serão convidados a se alinharem e a articularem ações relacionadas à década.

Pesquisas realizadas na UFPR já se preocupam em contribuir com a agenda do desenvolvimento sustentável (ODS) promovida pela ONU. No caso da década da ciência oceânica, o Centro de Estudos do Mar é um dos lugares em que essas articulações entre ciência, tecnologia e sustentabilidade têm apresentado resultados.

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