Município entrega oficialmente o Plano de Mobilidade Urbana de Londrina

Município entrega oficialmente o Plano de Mobilidade Urbana de Londrina
Foto: Gustavo Tacaki

(PREFEITURA DE LONDRINA – Dayane Albuquerque)

A Prefeitura de Londrina, por meio do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), apresentou e entregou, oficialmente, o Plano de Mobilidade Urbana de Londrina (PLANMOB). A solenidade de entrega aconteceu na sede do Ippul e foi transmitida no canal do YouTube do Instituto e pelo Google Meet, permitindo a participação on-line.

Na solenidade, foi apresentado o relatório final do Plano de Mobilidade Urbana, que é uma exigência da Política Nacional de Mobilidade Urbana (lei federal nº 12.587/2012). O material foi elaborado pela Logit Engenharia Consultiva, empresa contratada através de licitação para elaborar o Plano, e foi revisado pelo corpo técnico do Ippul. A apresentação foi conduzida por Thiago Meira, gerente de Mobilidade na Logit.

O objetivo do Plano de Mobilidade Urbana é promover a mobilidade urbana sustentável, permitindo aos cidadãos londrinenses o direito de acesso aos espaços urbanos, de maneira segura e eficiente. Também visa servir como suporte para organizar o crescimento do município de forma integrada, melhorando a qualidade de vida da população e preparando Londrina para o futuro.

O presidente do Ippul, Tadeu Felismino, contou que a elaboração do PLANMOB iniciou em 2018 e envolveu diversas etapas, como coleta de dados, com a realização de pesquisas de campo e domiciliares, participação social em audiências públicas, análise e sistematização dos dados obtidos, diagnóstico e prognóstico, plano de mobilidade e projetos específicos. “Com isso, o documento traça um panorama do cenário atual de Londrina e planeja ações que viabilizem o desenvolvimento da cidade em relação à mobilidade e infraestrutura, para os próximos 20 anos”, disse.

Uma das conclusões do Plano de Mobilidade, é que todo total de deslocamentos feitos em Londrina, 76% são viagens motorizadas e 24% viagens não motorizadas. Do total de motorizadas, 57% são feitas em transporte individual e 19% em transporte coletivo. Já nas viagens não motorizadas, 23% são realizadas a pé e 1% de bicicletas.

Transporte público – Um das constatações do PLANMOB, com relação à mobilidade, é que o programa de transporte público em Londrina ainda é pouco utilizado. Somente 19% dos deslocamentos são feitos pelo transporte público (ou 25% das viagens motorizadas). Além disso, o diagnóstico aponta que o uso do transporte público é predominante utilizado por pessoas de baixa renda, das classes C, D e E. Já o transporte privado é mais utilizado pelas classes A e B (renda domiciliar acima de R$ 4 mil).

O documento também aponta que o Plano de Mobilidade de Londrina é caracterizado por viagens radiais, sendo notável o maior uso de transporte público na zona norte e maior uso de privado na região da Gleba Palhano.

Calçadas – Sobre as calçadas, o PLANMOB aponta que, apesar de um bom programa de calçadas, com elevada penetração no centro, muitas regiões são desprovidas de infraestrutura básica para caminhada. Falta qualidade, padronização e continuidade das calçadas, apesar de que em grande parte da cidade o passeio público possui boa largura. Faltam também rampas e pisos táteis.

Ciclovias – Com relação às ciclovias, a plano mostra que há 41 km implantados, 8 km em implantação, para uma previsão de 400 km necessários. Para isso, foi feita a projeção e mapeamento de todos os pontos críticos onde podem ser implantadas e interligadas as novas ciclovias. O estudo também mostra que o relevo de Londrina é adverso ao convívio do ciclista com o tráfego geral e que a malha cicloviária ainda é muito descontínua. Para conectar ciclovia no sentido norte-sul é necessário cruzar fundos de vale, enfrentando desníveis e declividades desafiadoras.

O documento aponta, ainda, que há bicicletários em construção em alguns terminais de ônibus, Paraciclos no calçadão, Bicicletas para alugar no Lago Igapó. A Pesquisa Origem-Destino apontou que 1% dos deslocamentos em um dia útil típico são realizadas de bicicleta.

População – A projeção populacional de Londrina aponta um crescimento de quase 30% nos próximos 20 anos, com destaque para o envelhecimento. Com isso, passeios e a segurança do pedestre ganham muita relevância para o futuro de Londrina. O Plano mostra que como a população está ficando mais velha, há mais gente caminhando e por isso maior é a necessidade de adequação de calçadas e de melhoria de acessibilidade.

Transporte motorizado individual – Com relação ao transporte motorizado individual, o plano propõe um caderno de obras viárias que contribuem para os modais de forma geral. Foram identificados 66 gargalos no sistema viário da cidade, que ocasionam perda de tempo, atrasos, congestionamento ou deslocamentos improdutivos. O prejuízo que Londrina tem todos os anos também foi calculado, cerca de R$30 milhões ao ano. Esse caderno propõe obras para resolver essas questões, incluindo duplicações, ampliações, construção de viadutos e todo tipo de obra viária.

Acidentes – O PLANMOB também aponta um elevado número de acidentes com feridos (mais de 10 por dia), o que demostra a necessidade de moderar o tráfego no município. Existem indícios de um elevado número de motoristas que não respeitam limites de velocidade em Londrina, requerendo medidas para aumentar segurança: fiscalização e medidas de moderação de tráfego (traffic calming).

Por fim, o relatório conclui a necessidade de planejar e direcionar a expansão urbana e propões diversas ações. Segundo o estudo, o espraiamento gera custos muito elevados, aumentando o tempo de viagem, em especial do transporte coletivo. Com isso, é necessário, adensar no entorno de terminais e eixos com maior capacidade de tráfego; aumentar a demanda do transporte público, melhorando o serviço; adequar o subsídio do transporte público, pois quem paga pela gratuidade são os demais usuários, justamente a parcela mais vulnerável da população; implantar priorização ao transporte coletivo, ajustar a malha, melhorar informação ao usuário; garantir a implantação do Plano de Obras e revisá-lo periodicamente; estudar e implantar as diversas ações e recomendações do Plano, como ampliação do estacionamento rotativo, programas de incentivo à mobilidade ativa, etc.

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