Os caiçaras do sul e de São Paulo
APÓS A TEMPESTADE DO CORONAVÍRUS, UM ARCO-ÍRIS COM POTES DE OURO
No litoral do Paraná, especialmente em Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba, a cultura caiçara é vivenciada e passada para as novas gerações. Em outubro do ano passado aconteceu em Guaraqueçaba o 1º Revive – Celebrando a cultura caiçara, organizado pelo Mestre Janguinho. Neste ano de 2020 o encontro vai ser em Cananéia, SP. Se o coronavírus permitir.
Em Guaraqueçaba estavam presentes grupos dali mesmo, de Cananéia, Ubatuba, Iguape, Ilha do Cardoso, Paranaguá e Antonina. Foi uma festa do povo caiçara vivendo sua cultura. Houve conversas, debates, oficinas, apresentações e bailes. O fandango imperou, ele que é considerado patrimônio cultural imaterial do Brasil.
Entre os caiçaras, a música é importante, com instrumentos feitos de forma rudimentar: rebecas, machetes, violas de machete, diversos tipos de tambores e instrumentos de percussão. Uma dança tradicional é a Congada de Bastões. Mas tem outras manifestações, como a congada, dança da fita, festa do Divino, chiba, dança de São Gonçalo. Essas danças e músicas compõem o repertório de músicas caiçaras, o fandango.
Os caiçaras são habitantes tradicionais dos litorais das regiões sudeste e sul do Brasil, formados a partir da miscigenação entre índios, brancos e negros.
Com a valorização das terras litorâneas, por causa do fenômeno da litoralização, ocorrida entre os anos de 1960 e 1970, muitos caiçaras saíram de suas localidades e migraram para outros centros urbanos, muitos caindo na marginalidade.
De uns tempos para cá, está havendo uma conscientização em torno da sua importância. Os indivíduos, além de praticarem tradicionalmente a pesca, o artesanato, a agricultura, o extrativismo vegetal, agora ingressam numa nova atividade, o Ecoturismo sócio-cultural.