Pinheiro do Paraná

Belo, altaneiro, majestoso, o Pinheiro do Paraná (araucária angustifólia) já dominou grande parte do território paranaense e do sul brasileiro. Era tão comum que os índios chamavam a hoje capital do Paraná de “curitiba”, que quer dizer “imensidão de pinheiros”.

Sua madeira, leve e macia, atraiu centenas de serrarias e madeireiras às florestas. Há fotos da antiga estação de Entre Rios, em Teixeira Soares, abarrotada de madeira. Muitas apodreciam no local, por falta de mais vagões para o transporte. Na construção, ela foi muito utilizada como tábuas, forros, assoalhos, vigas. E é na confecção de caixas e palitos de fósforos. Serviu inclusive como mastros em embarcações.

Hoje não se pode cortar um único pé, para que o símbolo do Paraná não seja extinto. Há, porém, ainda, grandes áreas sendo conservadas, como em General Carneiro, em São João do Triunfo, em Mangueirinha.

O fruto do pinheiro, o pinhão, garante o sustento de muita gente na época da colheita, em maio e junho. Essas sementes são ricas em amido, proteínas e gorduras, um alimento bastante nutritivo para os homens e animais. É costume, por exemplo, alimentar os porcos com pinhões. Cada árvore chega a produzir 40 quilos de pinhão.

 Na reserva indígena de Mangueirinha, em área de 17.240 hectares onde estão concentrados pinheirais com cerca de 200 anos, os índios guaranis, guaranis mbya e kaigangs, depois de abaterem muitas árvores, há anos atrás, aprenderam que é melhor conservar e ganhar dinheiro com a venda anual de pinhão do que receber R$ 200,00 por um pé abatido. E a Natureza agradece.

Manejo ambiental

Em General Carneiro, a empresa Indústria N. Pizzatto mantem uma das maiores áreas nativas com pinheiros do mundo. A empresa utiliza-se da técnica de Manejo Ambiental há mais de 70 anos e conserva toda a mata em condições de uso e estabilidade ambiental, tendo recebido o primeiro Prêmio Nacional de Ecologia. Nessa área, onde funciona também um luxuoso resort, está um exemplar magnífico com 2,30 metros de diâmetro.

Gralha Azul

De bela plumagem azul brilhante, a gralha azul é uma ave que se transformou em “plantadora de pinheiros”, sendo, também, símbolo do Paraná. Ela enterra os pinhões com a ponta mais fina para cima. Após encontrar o local correto, pressiona-o a entrar, dando-lhe golpes com o bico, até a completa introdução. Não contente com isso, ainda coloca algum material das redondezas como folhas, pedras ou galhos em cima do local remexido, de forma a camuflar ou disfarçar o feito realizado.

A gralha azul é respeitada por essa sua ação, não sendo abatida pelos caçadores. Conta uma lenda que  uma certa gralha negra dormia num galho de pinheiro e foi acordada pelo som dos golpes de um machado. Assustada, voou para as nuvens, para não presenciar a cena do extermínio do pinheiro. Lá no céu, ouviu uma voz pedindo para que ela retornasse para os pinheirais, pois assim ela seria vestida de azul celeste e passaria a plantar pinheiros. A gralha aceitou então a missão e foi totalmente coberta por penas azuis, exceto ao redor da cabeça, onde permaneceu o preto dos corvídeos. Retornou então aos pinheirais e passou a espalhar a semente da araucária, conforme o desejo divino.

Na música, no Hino, na trova

Na música “Capim”, de Djavan, o pinheiro do Paraná é destaque:

Capim do Vale, vara de goiabeira na beira do rio

paro para me benzer

Mãe d’Água sai um pouquinho desse seu leito ninho

que eu tenho um carinho para lhe fazer

Pinheiros do Paraná

Que bom tê-los como areia no mar

Mangas do Pará, pitombeiras da Borborema

A Ema gemeu no tronco do Juremá

Cacique perdeu mas lutou que eu vi

Jari não é Deus mas acham que sim

Que fim levou o amor

Plantei um pé de fuló deu capim…

Capim do Vale, vara de goiabeira na beira do rio

paro para me benzer

Mãe d’Água sai um pouquinho desse seu leito ninho

que eu tenho um carinho para lhe fazer

Pinheiros do Paraná

Que bom tê-los como areia no mar

Mangas do Pará, pitombeiras da Borborema

A Ema gemeu no tronco do Juremá

Cacique perdeu mas lutou que eu vi

Jari não é Deus mas acham que sim

Que fim levou o amor

Plantei um pé de fuló deu capim..

Já no Hino de General Carneiro, ele também aparece:

“Junto a mata que ao longe projeta seu perfil que riquezas prediz esta linda cidade floresce resultado de um sonho feliz

Nome ilustre que a história ilumina quando fala do meu Paraná batizou essa terra querida de que muito o futuro dirá

(Estribilho) General Carneiro teu glorioso porvir adivinho General Carneiro parque industrial do pinho

Tendo Nossa Senhora das Graças a abençoar-te o labor varonil

General Carneiro justo orgulho darás ao Brasil

Vitoriosos cantando o progresso rio Jangada, Torino, Irati testemunham a viva grandeza das florestas soberbas sem fim

O pinheiro que enfrenta o destino com simbólico gesto de paz é a expressão da firmeza de um povo responsável, dinâmico e audaz “

Tem, ainda, a trova muito conhecida:

Pinheiro, me dá uma pinha, pinha me dá um pinhão, morena me dá um abraço que te dou meu coração”

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