Prédio da Biblioteca Pública do Paraná comemora 20 anos do tombamento

Prédio da Biblioteca Pública do Paraná comemora 20 anos do tombamento
A Biblioteca, símbolo histórico, social e cultural.

O dia 18 de dezembro marcará a passagem do vigésimo aniversário do tombamento do edifício que abriga a Biblioteca Pública do Paraná em Curitiba. Como exemplo do modernismo na arquitetura paranaense, é de grande importância histórica, social e cultural, servindo de referência por várias gerações.

História (Biblioteca Pública do Paraná)

A Biblioteca Pública do Paraná é uma das maiores bibliotecas públicas do Brasil. O acervo reúne cerca de 730 mil livros, periódicos, fotografias, mapas, cartazes e materiais de multimeios e multimídia. É um órgão de regime especial subordinado à Secretaria de Estado da Cultura, que ocupa área de 8.528,96 metros quadrados e é uma das bibliotecas públicas mais frequentadas do país, atendendo em média 2 mil usuários e realizando aproximadamente 500 empréstimos de livros por dia. Os serviços oferecidos pela Biblioteca Pública do Paraná baseiam-se na igualdade de acesso em todas as faixas etárias com produtos adequados às suas necessidades.

A Biblioteca foi criada pelo vice-presidente da província José Antônio Vaz de Carvalhaes, em 7 de março de 1857, no Lyceu de Coritiba. A princípio a proposta era formar pequeno acervo com “obras mais convenientes aos estudos das matérias ensinadas no Lyceu”. Porém, se transformou no organismo vivo e atuante que promove o encontro do povo com o universo do conhecimento, se readequando às mudanças e aos avanços tecnológicos. Mas, para alcançar esse nível de evolução, a BPP percorreu longo caminho, enfrentando dificuldades, passando por reformulações e 12 sedes até o novo prédio ser inaugurado em 19 de dezembro de 1954. A solenidade foi prestigiada pelo então presidente da República, João Café Filho, e pelo governador da época, professor Bento Munhoz da Rocha Neto.

O presidente da Comissão de Comemorações do Primeiro Centenário da Emancipação Política do Paraná, o professor Newton Carneiro encaminha o anteprojeto de lei criando a Biblioteca Pública de alto significado para a vida do Estado. O governador Bento Munhoz da Rocha Neto construiu a sede própria no local onde funciona até hoje. O projeto é de Romeu P. Costa, convidado a elaborar o projeto porque venceu, pouco antes, concurso público para construção da Biblioteca Pública de Curitiba. O projeto não saiu do papel, mas o qualificou, aos 26 anos, a projetar a Biblioteca Pública do Paraná (COSTA, Lauri. Leitura (In) Fluente. Curitiba, 2002).

A bibliotecária Lydia Sambaqui, autoridade nacional da área de biblioteconomia, foi especialmente contratada pelo Estado para estudar os detalhes da estrutura organizacional, do mobiliário e equipamentos da nova sede. Ela teve o assessoramento das professoras bibliotecárias Etelvina Viana Lima e Francisca Buarque Almeida. O projeto de construção alavancou a criação e consolidação do primeiro curso de Biblioteconomia do Paraná, em convênio firmado entre o Instituto Nacional do Livro e a Universidade Federal do Paraná, em maio de 1952. A proposta era capacitar um grupo de pessoas para atender as finalidades da biblioteca. O curso, com um ano de duração, formou 23 profissionais e todos foram contratados pelo Estado. A primeira diretora, Francisca Buarque de Almeida, foi nomeada em 1954.

Em 1961, a Comissão Estadual de Bibliotecas do Estado do Guanabara concedeu à Biblioteca Pública o Prêmio Paula Brito como biblioteca modelo e instituição padrão de desenvolvimento e difusão cultural do Brasil. A honraria foi entregue pela primeira vez no país e tem repercutido na esfera nacional até os dias de hoje.

Com o decorrer dos anos, entretanto, o prédio ficou depreciado e o espaço físico se tornou insuficiente para as novas funções. A obra de reforma geral foi autorizada em 1993, pelo então governador Roberto Requião. Naquele ano a Biblioteca Pública entra na era da informática. Também são trocadas as instalações elétricas e hidráulicas, restaurando o sistema de prevenção de incêndio e ampliando o espaço físico em 870 metros quadrados por meio de galerias e mezaninos. Fechada durante nove meses para reforma sob responsabilidade da arquiteta Lauri da Costa, filha de Romeu Paulo da Costa, autor do projeto inicial da construção, reabriu suas portas em 26 de setembro de 1994 em solenidade prestigiada por personalidades do mundo cultural, intelectual e político.

O prédio foi tombado como Patrimônio Cultural em 18 de dezembro de 2003, dentro da programação alusiva ao sesquicentenário da emancipação política do Paraná. Os acréscimos culturais e tecnológicos ao longo dos anos fazem da Biblioteca Pública do Paraná uma das maiores unidades públicas de conhecimento do país. Os serviços oferecidos se baseiam na igualdade de acesso a todos.

Segundo o arquiteto Irã Taborda Dudeque, a Biblioteca Pública do Paraná, o Teatro Guaíra, a Praça Dezenove de Dezembro, o Centro Cívico e o Colégio Tiradentes formam o mais importante conjunto arquitetônico da história do Paraná.

Em 2018, o selo Biblioteca Paraná publicou o Livro aberto: uma história da Biblioteca Pública do Paraná, do jornalista e escritor Nilson Monteiro. Elaborada com alguns recursos de ficção, mas principalmente a partir de ampla pesquisa, a obra traz em 216 páginas informações sobre as 13 sedes da BPP, seus 41 diretores e mostra a relação da comunidade com o espaço de 8,5 mil metros quadrados que reúne mais de 730 mil itens, entre livros, documentos, revistas, jornais, selos, cartas e títulos raros.

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