Conheça a história de dois refugiados venezuelanos em busca de novas oportunidades no Brasil 

Conheça a história de dois refugiados venezuelanos em busca de novas oportunidades no Brasil 
Refugiado venezuelano Vitor Samuel Uricare

(Agência NoAr)

Apesar de complicadas, mudanças quase sempre representam oportunidades de recomeço. Para os mais de 65 mil refugiados que desembarcaram no Brasil até o fim de 2022, de acordo com a ONU, as mudanças são, literalmente, novas chances de vida. A maior parte deles vêm da Venezuela – 55% dos refugiados que chegaram ao país em 2023 -, de Cuba e da Síria. Quando chegam aqui, precisam começar do zero, após terem deixado para trás pessoas queridas, bens e profissão, mas a esperança de dias melhores ultrapassa todos esses obstáculos.

Essas pessoas decidiram buscar melhores oportunidades para si e para a família em outros territórios. Foi assim que duas dessas histórias chegaram a Solistica, maior operadora logística com soluções 3PL da América Latina. Eles são exemplos da parceria da empresa com duas ONGs – Instituto ADUS no estado de São Paulo e OIM (Organização Internacional para as Migrações) – para o restante do país. Ambas ajudam a inserir os refugiados no mercado de trabalho brasileiro. Atualmente, a Solistica conta com 15 pessoas nessa situação no quadro de colaboradores.

Jenny Jimenes Conde e Vitor Samuel Uricare têm trajetórias semelhantes. Ambos saíram da Venezuela. Já passaram por outros países, mas foi no Brasil – conhecido mundialmente como bom anfitrião – que encontraram uma chance de se estabelecer e cuidar de suas famílias.

Victor e a esposa deixaram a Venezuela há pouco mais de dois anos, com a filha ainda bebê. Ele trabalhava como supervisor técnico de segurança em uma faculdade, mas não conseguia mais dar o sustento necessário à família, então, decidiu largar tudo e buscar novos rumos. “É difícil não poder dar o suporte que a sua família precisa, dar alimentação a sua filha. Por isso, decidimos sair”, conta.

Quando deixaram sua terra natal, foram primeiramente ao Peru, onde passaram dois anos, mas as oportunidades não apareceram. Depois de outra tentativa frustrada no Paraguai, decidiram tentar a vida no Brasil, onde outros conterrâneos já haviam se estabelecido. Há pouco mais de um ano no país, Victor conseguiu trabalho na unidade de Guarulhos da Solistica, onde atua com conferência de carga. Muito além do salário no fim do mês, ele vê o trabalho como uma oportunidade de dar uma vida digna à família.

“Agora sinto que estamos avançando, vamos conquistando pouco a pouco. Seguimos em busca não só do crescimento laboral, mas também social, que deixamos para trás. O Brasil nos deu chance de seguir avançando, crescendo”, comenta com gratidão o venezuelano.

Antes da empresa de transporte, Victor teve um trabalho em uma fábrica, mas os horários eram complicados e o começo foi desafiador. Só depois ele encontrou uma oportunidade temporária na Solistica. “No início foi difícil por causa do idioma. Eu não falava bem e não entendia as gírias. Mas o Brasil é uma terra de gente boa, de oportunidades para quem quer trabalhar e crescer. Eu tive muitas pessoas que me ajudaram aqui e agradeço muito aos brasileiros e a empresa que me deu essa chance. É assim que vou seguir, sempre para a frente, com trabalho, para conquistar meu espaço”, finaliza.

Assim como Victor, Jenny também deixou a Venezuela em busca de uma vida melhor. Igualmente, o caminho foi tortuoso. Contadora de formação, está no Brasil há três anos. Aos 49, tem dois filhos, um de 24 e um de 7 anos. Foi o filho mais velho que decidiu deixar Caracas primeiro, e Jenny seguiu os passos do primogênito rumo ao Peru. Porém, os dois anos que passou no país vizinho não foram fáceis. Foi por meio de conhecidos que chegou ao Brasil.

“Vim com meu filho mais novo. O período de adaptação foi difícil, principalmente pela língua. A interação com as pessoas ficava comprometida. Comecei a trabalhar como faxineira. Fui morar no Rio de Janeiro e depois retornei a Campinas. Fiz outros trabalhos como doméstica, em lojas, até que um amigo me indicou para a parte administrativa de uma empresa de autopeças. Foi aí que aprendi sobre o sistema administrativo e contábil brasileiro. Na sequência, por meio de uma ONG que ajuda refugiados, cheguei a Solistica”, conta Jenny.

Lá, ela trabalha no setor de atenção ao cliente, na parte de coletas. Apesar de ser um setor diferente de tudo que já fez até hoje, a experiência tem sido positiva. “Agradeço muito essa oportunidade. Me sinto ativa. É um trabalho formal, com benefícios, que me dá dignidade. As pessoas no Brasil e na empresa sempre foram muito receptivas comigo, me ajudaram muito nesse processo. Essa foi uma das razões pelas quais eu fiquei. Vou cumprir apenas dois meses na Solistica, mas espero ficar muito tempo no Brasil. Ainda estou longe dos meus filhos, que estão em outra cidade, mas com perseverança, tudo vai dar certo”, finaliza emocionada a venezuelana.

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