Maringá, capital da estévia

APÓS A TEMPESTADE DO CORONAVÍRUS, UM ARCO-ÍRIS COM POTES DE OURO

Se “é doce morrer no mar”, como diz Dorival Caymmi, podemos afirmar que “é doce viver em Maringá”. Porque a cidade, além das usinas de açúcar ao seu redor, é um dos principais pólos de produção e industrialização de estevia.

A Stevia rebaudiana é uma espécie nativa da região fronteiriça entre o Brasil e o Paraguai. Há centenas de anos, a planta é utilizada pelos índios para adoçar chás e poções medicinais. As propriedades adoçantes dessa planta se devem às substâncias presentes nas folhas, denominadas de glicosídeos, entre os quais o Esteviosídeo e o Rebaudiosídeo A, são os mais importantes.

Em 1979, na Universiade Estadual de Maringá, um grupo multidisciplinar coordenado pelo professor Mauro Alvarez, doutor em Bioquímica, passou a estudar aspectos relativos à segurança de produtos de estévia. Além de desenvolver  tecnologias que permitiram a exploração comercial do esteviosídeo.  Pelo trabalho e o desenvolvimento de tecnologias para utilização da estévia, Alvarez recebeu, em 1984, o prêmio Governador do Estado de São Paulo.

O professor criou o Núcleo de Estudos em Produtos Naturais (Nepron), em 1985, que até hoje tem como carro-chefe as pesquisas com a estévia.
Ele é ainda autor da primeira patente desenvolvida na UEM e também pioneiro no processo de transferência de tecnologia para a iniciativa privada, a empresa Ingá Stevia Industrial, hoje Steviafarma (Stevia Soul), que se tornou a primeira indústria a produzir o esteviosídeo no ocidente a partir de agosto de 1988.

Alvarez faleceu em 2007, sempre foi defensor da estévia, com essa finalidade encaminhou uma série de documentos ao Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo dos Estados Unidos responsável pelo controle dos alimentos, tanto humano como animal, fornecendo dados, discutindo aspectos relacionados à segurança do produto.

Maringá foi portanto, berço da produção e exploração da estevia.

O professor e pesquisador da UEM, Silvio Claudio da Costa, destaca que os edulcorantes de estévia são cerca de 300 vezes mais doce que a sacarose.

Nos últimos anos, tem-se verificado o crescimento do consumo desse tipo de adoçante, especialmente por consumidores que desejam produtos mais saudáveis. 

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