Nova Esperança, “Capital Nacional da Seda”

APÓS A TEMPESTADE DO CORONAVÍRUS, UM ARCO-ÍRIS COM POTES DE OURO

Não é por conta do covit-19, mas sim por causa da chegada do Inverno: a atividade da sericicultura (criação do bicho da seda, beneficiamento e industrialização da seda) vai estar paralizada nos próximos meses em Nova Esperança e região, conhecida como Vale da Seda. É que a amoreira, fornecedora das folhas que alimentam as larvas, fica sem novos brotos por causa do frio e tempo mais seco.

Nova Esperança ostenta o título de “Capital Nacional da Seda”, aprovado pelo Congresso Nacional, pois o município é o maior produtor da fibra da América Latina. São produzidas ali mais de 328 toneladas de casulo verde por safra, sendo o Paraná responsável por 84% da seda nacional. Além do fornecimento de casulos à indústria Bratac (que estimula a produção), os produtores confeccionam belos artigos de seda como cachecóis, echarpes e artesanatos. Dentro de um sistema internacional de Comércio Justo, esses produtos são vendidos inclusive na Europa e, destacadamente, em Paris.

Sericultura

A sericicultura é uma atividade caracterizada pela cultura do bicho-da-seda e pela venda de seu casulo a empresas de fiação. A produção do casulo engloba o cultivo da amoreira, cujas folhas são o único alimento desse lepidóptero (insetos da ordem das borboletas e mariposas), e a criação da lagarta.  

“O fio da seda produzido em Nova Esperança prima pela alta qualidade da produção quando comparado ao de outros países. Cumpre lembrar que a sericicultura se constitui em uma atividade economicamente rentável, socialmente justa e ecologicamente correta, uma vez que não requer a aplicação de qualquer tipo de agrotóxico”, diz o deputado Rubens Bueno, autor do projeto que denomina Nova Esperança de “Capital Nacional da Seda”.

Biologia do Bicho-da-Seda

Desde 2008, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel, realiza o projeto de extensão: Biologia do Bicho-da-Seda, que tem como um de seus objetivos propiciar uma visão interdisciplinar sobre o Bicho-da-Seda e suas relações ecológicas e econômicas na cadeia produtiva da seda.

O projeto atende alunos e professores do ensino fundamental, médio, graduação e pós-graduação das redes públicas e privadas de Cascavel e região. Dessa forma, algumas escolas realizam o agendamento e são atendidos no laboratório de Biologia Celular da Unioeste, outras agendam o empréstimo do material didático, e outras recebem os membros do projeto para mais explicações. Tudo isso para que possa ser transmitido para os alunos todo o ciclo de vida do Bicho-da-Seda, desde as lagartas no estágio inicial até a metamorfose em mariposa.

Além de transmitir informações científicas sobre a importância dos insetos, em especial, o Bicho-da-Seda, seu ciclo de vida e relações ecológicas, o projeto disponibiliza material didático aos professores e demais profissionais, incentivando o uso de estratégias metodológicas adequadas na construção de conhecimentos significativos na área.

A professora coordenadora, Ednédia Torquato, explica que o Bicho-da-Seda apresenta papel relevante na agroindústria brasileira, uma vez que seu casulo é utilizado na confecção de fios e tecidos de seda. “A atividade emprega grande quantidade de mão de obra, auxilia na fixação do homem no campo, e, além disso, a sericicultura apresenta baixo impacto no meio ambiente, uma vez que não pode se utilizar agrotóxicos nas criações”.

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