Seguindo os índios de 1 mil anos atrás, percorrendo os caminhos do Peabiru

Sabe-se que havia um caminho que ligava o Oceano Atlântico ao Pacífico (de Florianópolis aos Andes), numa extensão aproximada de 3 mil quilômetros, construído pelos índios a cerca de 1 mil anos, isto é, bem antes das chegadas de Pedro Álvares Cabral ou Cristóvão Colombo. Uma jornalista paranaense, Rosana Bond, escreveu dois livros sobre o assunto, História do Caminho de Peabiru- Descobertas e Segredos da rota indígena que ligava o Atlântico ao Pacífico, o primeiro volume lançado em 2009. Na página do site da Secretaria de Estado da Educação do Governo do Paraná está escrito que “o Caminho de Peabiru é uma rota indígena antiga. Para alguns, o significado em guarani é “Terra sem males”, mas são encontradas várias versões para o significado de seu nome. Os Guaranis o chamavam de Peabiru, Piabiru ou Piabiyu, que significa “caminho” em guarani (pia, bia, pe, bia; ybabia: caminho que leva ao céu). Ou Caminho do Peru, sendo a palavra um híbrido de tupi – pe (caminho) + biru (Peru)”.

Tem mais no site: “Os primeiros portugueses, quando chegaram por aqui, ouviram dos índios histórias sobre um caminho que ligava o Oceano Atlântico a um lugar descrito como os Andes. Ele ia de São Vicente, litoral paulista, à Cusco, no Peru. Existiam também outros ramais, partindo de Cananeia, também em São Paulo, e São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Esse caminho atravessava os limites territoriais do Brasil até chegar ao Peru, ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, passando por matas, rios, pântanos e cataratas com uma extensão de três mil quilômetros, aproximadamente”.

O caminho era uma estrada primitiva, porém muito bem ordenada rumo ao desconhecido, que possuía oito palmos de largura, ou seja, cerca de um metro e meio de largura e um rebaixamento de 40 centímetros. Alguns dizem que o percurso era coberto por uma espécie de gramínea que não permitia que arbustos, ervas daninhas e árvores crescessem em seu curso, e evitava também a erosão, pois ele era intensamente utilizado. O Caminho propiciava uma troca cultural e mercantil muito rica entre os povos. Além disso, atendia à necessidade desses povos em terem um caminho e uma forma de comunicação.

Em Peabiru

Em Peabiru e região, por onde passavam esses caminhos, segundo a Prefeitura ao todo estão cadastradas 15 cachoeiras no município, sendo que 6 delas estão agrupadas no Ribeirão da Lagoa. Em um percurso de 3 Km distante da zona urbana também a  3 km, com mais o percurso de chegada ao rio de 3Km, perfaz-se uma trilha de 9km.  Há indícios arqueológicos da passagem indígena, bem como resquícios da colonização de outrora no percurso, o que torna a trilha mais atraente ainda. O Museu Caminhos de Peabiru, no centro da cidade, guarda os vestígios desta Historia.

No site da Prefeitura peabiruense,está a informação de que “neste contexto, a TRILHA DOS CAMINHOS DE PEABIRU no percurso do Ribeirão da Lagoa apresenta-se como alternativa de lazer, cultura, turismo e entretenimento atrelado a ecologia, a educação ambiental a história disponível GRATUITAMENTE  a toda população e visitantes”.

Os avisos aos participantes são esses: Siga as trilhas demarcadas; não deixe lixo na natureza; jogue o lixo nos sacos dos pontos de apoio e carimbo; não alimente e nem deixe restos para os animais silvestres; não retire nada da natureza; aproveite o ar puro, faça fotos e leve lembranças na memória; não faça barulhos; escute os sons da natureza; respeite as comunidades locais; não faça fogo.

Deve-se levar garrafa de água, e não copos descartáveis, pois algumas pessoas acabam jogando nas trilhas.

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