Uma parceria para mover trator com eletricidade

(Texto de Ana Cauneto)

No dia 9 de novemro foi assinado um termo de parceria entre a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a empresa Moldemaq para a eletrificação de um transportador agrícola. Após a instalação de um Centro Tecnológico Automotivo (CTA), para o desenvolvimento de veículos elétricos, e a parceria para a confecção de eletropostos, agora essa parceria possibilitará a transformação de um trator, que hoje é movido à combustão, em elétrico.

Para o diretor administrativo da Moldemac, Nilson Tecilla, essa parceria é uma grande oportunidade. “Identificamos como uma demanda promissora. A tendência do mercado é a evolução dos tratores, de veículos à combustão, passarem para energia elétrica. Temos que acompanhar essa evolução, e estamos dando um grande passo”.

O diretor do campus de Cascavel, Aníbal Diniz ressalta que a Moldemac é uma indústria que desenvolve tecnologia de ponta, e este projeto será elaborado com o grupo de mestrado e doutorado de Energia na Agricultura. “Eles vêm somar a todo o conjunto de iniciativas que a Universidade está fazendo para trazer as empresas para a Universidade. Com isso ganhamos em utilizar tecnologia de ponta, e contribuir com esses projetos para que eles possam avançar e alavancar para o futuro. Estamos muito contentes com essa parceria”.

Após a criação do CTA na Universidade, muitas possibilidades começaram a aparecer em relação a carros elétricos, destaca o professor Reginaldo Ferreira Santos. “Temos, em funcionamento, uma startup relacionada ao abastecimento de carro. Nesse sentido, a Unioeste é capaz de fazer um sistema de abastecimento de carro elétrico, algo relativamente interessante para o País, porque a maioria dos carros são importados. Então, agora, temos a possibilidade de trabalhar com a eletrificação de um trator rural”.

O projeto

O projeto surgiu da ideia de disponibilizar propulsão elétrica para máquinas agrícolas. O professor Flávio Gurgacz explica que a Unioeste buscou a parceria com empresas que já fabricam equipamentos agrícolas, para partir de algo que já existe como produto, e, a partir daí, aplicar a motorização elétrica, pensando no aproveitamento da energia solar que existe no meio rural.

No primeiro momento, será escrita uma dissertação para avaliar e realizar o levantamento dinamométrico do trator, associado a parte de combustão. Reginaldo explica que é necessário ter conhecimento de como o veículo funciona em combustão, para posteriormente comparar com o desempenho elétrico.

A dissertação será escrita pelo engenheiro mecânico Thiago Trentini, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. Segundo ele, essa parte de eletrificação é um caminho sem volta, e a tendência é que tudo migre para esse ponto. “Vamos mapear todo o equipamento, coletar todas as informações, e usá-las como dados de controle. Mais importante do que esse projeto em si, é essa abertura do estudo de eletrificação dentro da Universidade. Soma para sociedade, para empresa, para os acadêmicos e para a Instituição”.

Além do aproveitamento da energia solar disponível no campo, o projeto também contribui na redução dos impactos de emissão de poluentes, provocado pela queima de combustíveis fósseis. “A importância desse trabalho para Unioeste, é que nos coloca numa posição de destaque no cenário de utilização de fontes renováveis de energia. São poucas instituições no mundo trabalhando na área de eletrificação de veículos agrícolas. Assim, vamos conseguir agregar o conhecimento que já existe, da parte de mobilidade elétrica e urbana, e agregar com um equipamento agrícola”, explica Flávio.

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