Cambará, por onde começou o Norte do Paraná, faz 95 anos

Cambará, por onde começou o Norte do Paraná, faz 95 anos
FOTO – DIVULGAÇÃO

Uma cidade com muita História, que foi o portal da colonização do Norte do Paraná (chamavam-na de “Portal de Ouro da Terra da Promissão”), Cambará chega aos 95 anos no próximo dia 21 de setembro. A elevação a município, desmembrado de Jacarezinho,  ocorreu em 28 de março de 1923, mas a instalação solene aconteceu no dia 21 de setembro de 1924.Em virtude da influência política e de sua enorme dedicação a Cambará, o major Antônio Barbosa Ferraz foi nomeado o primeiro prefeito da cidade.

A História revela que até o início do século passado, as terras às margens do ribeirão Alambari eram raramente visitadas, até mesmo por caçadores em busca da caça farta existente na região. Depois, a exuberância da terra, a descoberta da madeira de lei e a abundância da árvore nominada Cambará, própria das terras roxas e férteis apropriadas para o cultivo do café, fez com que a região tivesse um fluxo muito grande de pessoas, principalmente de imigrantes japoneses. A notícia da fertilidade do solo da região rapidamente se espalhou por quase todo o país.

O movimento colonizador da cidade de Cambará iniciou-se no ano de 1904 quando Alexandre Domingues Caetano, conforme escritos de Monsenhor João Belchior, chegou à região num carro de bois e se estabeleceu às margens do rio, próximo a uma aldeia de índios, de índole pacífica, com os quais manteve um bom relacionamento. Em seguida, chegou também Francisco Moreira, dando início à povoação. O coronel Batista vendeu ao Sr. Francisco Moreira uma área de cinqüenta alqueires por 25 mil réis, e mais tarde outros cinqüenta alqueires já então a 50 mil réis demonstrando a rápida valorização. Nessa terra, Chico Moreira formou um sítio transferindo de Jacarezinho sua residência, passando a residir ali com sua família. Através da floresta bruta, com a maior dificuldade, abriu um picadão até o brejão, estabelecendo assim uma ligação do sítio com a vila emergente de Jacarezinho.

O povoado limitou-se, por muito tempo, a meia dúzia de choupanas cobertas de ramagem. A notícia da fertilidade das terras atraiu para o local outros desbravadores que, pouco a pouco, foram fixando a residência em choupanas esparsas ao longo da floresta, como Vigilato Barbosa, José Soares (o José Pechincha), Francisco Lopes, João Pires, José Ferreira de Paula Garcia (o José Salviano) e outros que também fizeram a história de Cambará.

À medida que o tempo passava, o povoado ia recebendo outros moradores, formando assim um núcleo de colonização com o nome de Alambari, nome do ribeirão que banhava o lugar e que hoje corta a cidade de Cambará.

Preito de gratidão com a cidade

O fundador da rede de hotéis Bourbon, Alceu Ântimo  Vezozzo,  nasceu e residiu durante muitos anos em Cambará e tem uma relação muito próxima com a cidade. Muito grato, resolveu fazer algo por ela. E uma obra grandiosa surgiu. Não uma, mas DUAS obras grandiosas. A primeira foi a implantação de um centro de formação técnica, a Escola Profissionalizante Prof. Milton de Faria Ribeiro, com mais de 1.600 m2 de obras em 3 pavimentos. A construção faz parte do planejamento do Instituto Bourbon de Responsabilidade Socioambiental, programa social da Bourbon Hotéis & Resorts com o objetivo de criar oportunidades para os jovens da cidade. O projeto iniciou em 2002 com 80 casas em alvenaria e área de 43 m2, terreno totalmente equipado, inclusive com ruas asfaltadas. Nessa época já existia o Grupo Escolar inicial – Escola Caetano Vezozzo – e hoje é um colégio completo com mais de 880 alunos no Curso Fundamental.  

A outra obra foi a construção, ali, de um Hotel Bourbon, grande para as necessidades atuais da cidade. O Bourbon Cambará Hotel, aberto em dezembro de 2018. tem 80 apartamentos, oito andares, dois espaços gastronômicos, duas salas de eventos, espaço fitness, 25 funcionários, estacionamento e 4.191,60 m² de área construída.

Uma Noite Italiana nos 95 anos de Cambará

Para celebrar os 95 anos de Cambará, o Bourbon Cambará Hotel vai promover uma noite italiana na Varanda Gastronômica da unidade.  “Teremos um buffet italiano com saladas, pratos principais e sobremesas, além de uma deliciosa sangria. Queremos homenagear a cidade de nosso fundador que nos recebeu de braços abertos e ofereceu aos cidadãos de Cambará uma noite especial”, afirma o gerente Fabiano Collet.

O jantar será servido no dia 21 de setembro, das 19h às 22h30 no valor de R$45. Crianças até 6 anos não pagam e de 7 a 10 anos pagam meia. Serão aceitos tickets refeição e todos os cartões.O cardápio será preparado pelo chef Arthur Wright.

Atrações

No rio Paranapanema, que corta o município, um grande fato foi a construção da Usina Hidrelétrica de Salto Grande. É a mais antiga usina hidrelétrica em operação no Rio Paranapanema, concluída em 1960. Seu reservatório ocupa 12 km² entre os municípios de Cambará e Salto Grande. Tem capacidade de geração de 74 Mw e possui 4 turbinas tipo Kaplan. Uma curiosidade é que no local da hidrelétrica havia um grande salto que denominou o município de Salto Grande, já em São Paulo.

Merecem destaques em Cambará o Clube de Campo Scandolo, o Parque Alambari, a Praça Dr. Miguel Dinizo e o Mirante do Cristo Redentor, além do prédio da Estação ferroviária, de 1925 e

do Espaço Cultural Nilza Furlan. E, ainda, a cachaça Alambari, produzida desde 1932 pela família Utida e muito procurada por políticos, turistas, artistas, que chegam à cidade.

Por falar em artistas, fez muito sucesso na década de 70 a dupla Pirapó e Cambará, especialmente com a música “Gabriela”, de 1978.  

Indústrias

Cambará procura, através da Prefeitura, Câmara, Sebrae, industrializar-se, para gerar mais empregos e renda. Algumas importantes empresas estão no município, como a General Mills (detentora da Yoki e da Kitano), Certano Alimentos, Metalúrgica Pérola, Luam Alimentos, Cambará Bombas Diesel, Biscoitos Chelken, FRT Automação Comercial e Bancária, unidade da Integrada Cooperativa Agroindustrial.

A produção agrícola, conforme dados atuais do Ipardes, é muito importante. São 16.000 hectares de soja, 2.360 de milho, 6.110 de dana-de-açúcar e 3.500 de trigo, além de outras culturas. Destaques também para as criações de aves e bovinos.

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